Na madrugada deste domingo (19), 75 homens presos em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, acusados de integrar ou colaborar com o PCC (Primeiro Comando da Capital), fugiram através de um túnel cavado. Apenas um deles, que seria o 76º a fugir, foi detido.
Segundo o Ministério da Justiça, dos 75 fugitivos, 40 são brasileiros. Inicialmente, a imprensa paraguaia informou que haviam fugido 91 membros do PCC, o que o governo retificou no fim da manhã. A Polícia Nacional do Paraguai foi acionada e faz buscas em toda a região durante este domingo.
O ministro do Interior, Euclides Aceved, não descartou um possível auxílio de agentes penitenciários para a fuga tampouco que alguns dos presos possam ter saído, além do túnel, pelo portão principal da prisão.
O ministro afirmou que o túnel pode ter sido apenas uma fachada para ocultar um possível auxílio. Entre a saída do túnel cavado e uma guarita, há distância de apenas 25 m. Outra guarita está a 70 m do local
Em nota, o Ministério do Interior afirmou que a região de Pedro Juan Caballero, que fica na fronteira com Mato Grosso do Sul, está em “alerta máximo”. Segundo a pasta, a maioria dos fugitivos é de alta periculosidade.
De acordo com a ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, os presos estavam detidos no pavilhão B na penitenciária da cidade. Nas celas dos acusados, foram encontradas 200 mochilas cheias da terra que foi cavada para fazer o túnel.
Em dezembro, o governo paraguaio havia identificado um suposto plano de fuga de membros do PCC no presídio da cidade. A suspeita é de que a facção brasileira tinha oferecido US$ 80 mil a agentes penitenciários e policiais.
Em nota, a ministra colocou seu cargo à disposição para uma possível renúncia. “A responsabilidade política deste ministério é minha. (…) O presidente tomará a decisão que tiver de tomar”, afirmou.
Governo vê “corrupção” de agentes em plano de fuga
Em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal, a ministra afirmou que “é categórico que houve corrupção”. Segundo ela, é possível que os US$ 80 mil tenham sido pagos para facilitar a fuga.
A promotora Reinalda Palacios esteve pela manhã na penitenciária e conferiu as imagens do circuito fechado. Ela disse à imprensa local que, depois das 4h, observou-se um movimento intenso no pavilhão do PCC, o que deveria ter chamado a atenção da segurança.
Ainda de acordo com ela, entre o primeiro piso e o segundo, há um portão, que deveria estar com cadeado, o que não aconteceu. Ironicamente, disse, quando foi fazer a verificação, encontrou a chave debaixo da chave.
Na fronteira com o Brasil, Pedro Juan Caballero tem, historicamente, registros de assassinatos pela importância da localidade para o tráfico internacional de drogas. O local faz parte de uma das principais rotas de drogas que chegam ao Brasil.
Investigadores do Paraguai já determinaram que esse possível auxílio seja apurado. O governo do país vizinho também informou o governo brasileiro sobre a fuga e sugeriu auxílio nas fronteiras, uma vez que há a suspeita de que os fugitivos possam voltar ao Brasil. (Fonte Notícias UOL).
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