Meio ano após o recrudescimento da crise gerada pelo coronavírus a população continua afetada por seus efeitos na saúde e na economia. Do ponto de vista econômico, uma das formas de enfrentamento está na liberação emergencial de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Juntamente com outras iniciativas, o governo federal estima que as medidas adotadas para combater os efeitos do Covid-19 na economia chequem à ordem de R$ 1 trilhão. Em Chapecó, estimativa da Divisão de Pesquisa e Estatística do Sindicato do Comércio (Sicom) é de que os recursos emergenciais liberados nas contas do FGTS ultrapassem os R$ 86 milhões.
Conforme a medida provisória 946, de 7 de abril passado, tem direito ao saque todo titular de conta do FGTS que tenha saldo, incluindo as contas ativas e inativas, no valor de até R$ 1.045,00 por trabalhador. Análise do Sicom Pesquisas estima que até 31 de dezembro deste ano os chapecoenses estarão sacando valores próximos a R$ 86,5 milhões. Como não há os números exatos das contas inativas e de quantos chapecoenses irão utilizar essa opção, foram utilizados os dados dos empregos formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Com base nisso, a previsão é de que, em média, cerca de R$ 17,3 milhões circulem mensalmente na economia do município nestes últimos cinco meses de 2020.
Os recursos injetados na economia a partir das contas do FGTS podem ajudar a amenizar os impactos da pandemia no comércio da região, onde o Sicom tem abrangência sobre 25 municípios. Para o presidente da entidade, Ricardo Urbancic, “com a liberação emergencial de contas do FGTS, a expectativa é que aumente o consumo e, se os casos de coronavírus se estabilizarem, é possível que o movimento no comércio se mantenha em níveis estáveis até o fim do ano”. Argumenta que um dado positivo está nos empregos, que no mês passado tiveram superávit em Chapecó, ou seja, mais admissões do que desligamentos.
No mês passado, mais empregos
De acordo com os dados do Caged, em junho os empregos cresceram 0,38% em Chapecó, alcançando o saldo de 316 novos postos. Nos meses de abril e maio, após o decreto do governo do Estado que determinou o fechamento do comércio, foram registradas variações negativas de 1,99% e de 0,14%, respectivamente, nos empregos formais no município, o que representou 1.792 empregos a menos na cidade. De março a junho, o comércio foi um dos setores mais afetados, com redução de 654 vagas. (Extra Comunica).