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DIA DOS PAIS: Clara recebeu um rim do pai e o considera seu super herói

Clara nasceu com síndrome nefrótica, mas a doença só foi diagnosticada quando ela completou quatro anos de vida. Em 2015 fez transplante de rim a partir da doação de uma família que perdeu tragicamente uma criança. Três meses depois o órgão foi rejeitado e a menina, então com nove anos de idade, perdeu o rim transplantado e teve que fazer diálise.

O pai de Clara, o professor Marcos Alves Soares, encarou a doença da filha como o seu principal desafio de vida. Abdicou do planejamento de ter outros filhos. Decidiu naquele momento que ele mesmo seria o doador do rim para a filha, tão logo os médicos avaliassem o crescimento corporal de Clara, para que ela pudesse receber um rim adulto.

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O desejo de ser o doador

Ele admite que sentia muito medo de nova rejeição e que isso poderia resultar no agravamento do quadro de saúde da filha, que ficava cada vez mais debilitada. “Entendia que, como pai, se eu fosse o doador, diminuiria o risco por conta da compatibilidade. Além disso, a estabilidade do órgão seria muito mais duradoura”.

Marcos se emociona ao lembrar dos fatos que se sucederam e garante que tudo isso foi fundamental para o seu crescimento físico, emocional e espiritual: “Em fevereiro de 2018 vi que a minha convicção estava certa. Após preparo da equipe multidisciplinar na Pró-Rim, o transplante aconteceu na Santa Casa de Porto Alegre (RS) e foi um sucesso e a partir daí a minha filha teve recuperação notável”. Ele conta que foi dominado por uma série de sentimentos, mas o principal foi a sensação de ser um instrumento de Deus. “Se eu tivesse três rins, certamente que hoje estaria novamente na fila para fazer nova doação, para quem precisasse, se isso fosse possível”.

Ele também se lembra de agradecer: “Agradeço a Deus por colocar a Fundação Pró-Rim em nosso caminho, dando total assistência no tratamento, no preparo e encaminhamento para o transplante e agora nas consultas periódicas de pós-transplante. Minha gratidão a toda equipe que cuidou da minha filha e continua dispensando o melhor tratamento renal que alguém pode esperar. A Pró-Rim vai morar para sempre no nosso coração”, reconhece o pai agradecido.

Super herói

Hoje Clara está com 14 anos e mantém boa qualidade de vida. Ela afirma que seu sonho é ser médica. “Acho uma profissão incrível. Conheci muitos profissionais maravilhosos que cuidaram e ainda cuidam de mim. Como médica, vou retribuir tudo o que recebi e ajudar as pessoas”, diz a futura médica. Assim como toda adolescente, ela gosta muito de estudar viajar, visitar a avó e conversar com as amigas.

Ela considera o pai um super herói que lhe deu a vida e depois a salvou no momento em que ela mais precisava. “O meu pai é uma pessoa incrível, um cara honesto, que me faz feliz e me protege a todo instante. Com um gesto de amor ele devolveu a minha saúde. Eu sinto o maior orgulho em ser sua filha e carregar um pedaço dele dentro mim”.

Clara já sabe o que vai dizer ao Marcos quando lhe entregar o presente do Dia dos Pais neste domingo:

“Obrigado, pai, por tudo o que você fez e continua fazendo por mim. Eu te amo e não tenho palavras para definir o que sinto por você. Feliz Dia dos Pais. Você merece toda a felicidade do mundo”.

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