A guerra na Ucrânia, que se arrasta como o conflito mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, continua deixando grandes consequências inclusive para regiões muito distantes, como é o caso do Brasil, que se encontra a mais de 10 mil quilômetros do país. Em meio ao quinto mês da forte ofensiva russa que não mostra sinais de término, como sua vida está sendo afetada?
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1 – Aumento do preço dos alimentos
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês), a Ucrânia e a Rússia respondem por 30% do comércio mundial de trigo. Com a quebra da produção e da distribuição do produto devido ao conflito, o preço dos alimentos derivados está muito elevado. A ONU (Organizações das Nações Unidas) aponta que até 20 milhões de toneladas de trigo e outros grãos ficaram bloqueados nos portos ucranianos
A professora de Relações Internacionais da ESPM Denilde Holzhacker explica que “além da perda da distribuição agrícola, a Rússia é uma grande fornecedora de fertilizantes para o Brasil. Com as sanções ocidentais, esse fator também aumentou os preços dos alimentos.
2 – Recessão na Europa
A crise econômica na Europa, muito impactada pela guerra na Ucrânia, pode trazer reflexos para a economia brasileira. Neste mês, o euro entrou em paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia significa um grande desafio para as tomadas de decisão do BCE (Banco Central Europeu). A maior inflação histórica para os países da zona do euro elevaram os juros no bloco, o que limita o crescimento da economia dos países-membros.
3 – Alta do petróleo
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, apenas atrás dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).
A professora Holzhacker explica que as sanções aplicadas contra o país por conta da invasão à Ucrânia contribuem para o aumento do preço do produto seguindo a lógica da lei da oferta e da procura. “Como a Rússia não consegue vender seu petróleo, ocorre a diminuição da oferta, mas a procura segue alta”.
4 – Meio ambiente
Os países europeus são os principais incentivadores das mudanças de matriz energética para que elas sejam mais limpas. Entretanto, com os cortes do fornecimento do gás natural russo apostam em soluções muito poluentes, como as centrais de carvão.
Essa realidade compromete as metas ecológicas ambiciosas traçadas pelo continente, como o comprometimento alemão de abandonar o uso de carvão até 2030. Nesse mesmo sentido, a Áustria pretendia interromper o uso dessa fonte até o fim dessa década, mas reativou uma usina de carvão fechada em 2020.
5- Bomba atômica
A guerra na Ucrânia também reacendeu a discussão sobre o uso de armamentos nucleares. O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo aponta que a Rússia e os Estados Unidos juntos têm mais de 90% das armas nucleares em todo o mundo.
No quarto dia da invasão militar à Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin ordenou que o Exército do país colocasse as forças nucleares em alerta. O anúncio teve grande impacto para as potências mundiais e preocupou o mundo diante da ameaça de uma guerra nuclear, que seria catastrófica para o planeta.
6- Economia
A moeda americana também foi muito afetada pela guerra na Ucrânia, assim como todo o mercado internacional. “Quando há o aumento da incerteza econômica, os fluxos financeiros migram para regiões mais seguras e isso impacta o câmbio dos países. Por sua vez, a instabilidade faz com que as empresas busquem mercados mais estáveis em vez dos voláteis, como o brasileiro”, explica Holzhacker.
Com o aumento do dólar e a persistência da inflação, a taxa Selic (juros básicos da economia) subiu mais do que o previsto, o que pode prejudicar o crescimento econômico do Brasil neste ano.
7- Turismo
Os altos preços que impactam o bolso do brasileiro dificultam as viagens internacionais, principalmente para os destinos que se tornaram inseguros devido ao conflito, como a região do leste europeu. Do R7
