Um homem que respondeu ação penal sob suspeita de ter assassinado sua esposa – e que negou a acusação durante toda a tramitação processual – resolveu confessar o crime durante interrogatório a que foi submetido em sessão do Tribunal do Júri na comarca de Chapecó, para surpresa geral dos presentes.
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Durante mais de duas horas ele discorreu sobre o ocorrido em 21 de outubro de 2015, no apartamento do casal, no bairro São Cristóvão. Como resultado de sua sinceridade, o réu foi condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio qualificado por motivo torpe, uso de asfixia, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Na manhã dos fatos, relembrou o homem, os dois saíram para correr, já que eram maratonistas. A intenção era percorrer 21 quilômetros. Durante o trajeto, contudo, a mulher passou mal, com vômito e desmaios. Foi aí que retornaram para casa. Depois de uma breve discussão, ele esganou a vítima com as próprias mãos. Por acreditar que ela apenas estava desacordada, saiu para comprar café.
Ao voltar para a residência, a mulher ainda não tinha reagido. Então, o réu chamou a vizinha que comunicou a polícia. Inicialmente, o caso foi tratado como morte natural, mas ao examinar o corpo, o médico desconfiou e pediu a presença da perícia. O processo tramitou em segredo de justiça e o julgamento, ocorrido no dia 18 de novembro, foi um dos oito júris registrados naquela comarca durante o último mês.
Homicídio no tele beer
Outro júri que ocorreu em novembro envolveu um acusado pela morte de um homem, ocorrida em 6 de outubro de 2019, em frente a um tele beer na principal avenida de Chapecó. Ele foi condenado a 18 anos de reclusão, em regime fechado e sem direito de recorrer em liberdade. De acordo com a denúncia, dois rapazes entraram em vias de fato no local. A vítima era irmão de um deles e tentou separar a briga. O réu interviu em favor do outro envolvido e atirou na cabeça do rapaz. O júri aconteceu no dia 16 (Autos número 5006145- 89.2020.8.24.0018).
Tentativa de feminicídio
Por fim, o mês encerrou com o julgamento de outro caso de repercussão. No dia 30 de novembro, o homem acusado de tentar matar a companheira com golpes de faca e facão, foi condenado a 16 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, uso de meio que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
De acordo com a denúncia, após quebrar o celular da vítima, o homem acertou o pescoço da mulher com uma faca. Em seguida, atingiu a cabeça, onde a arma branca ficou cravada. Com um facão, subiu sobre o corpo da mulher caída para novamente atingir o pescoço, momento em que fraturou as costelas. Ela se protegeu e teve mãos e braços cortados. O irmão da vítima chegou e o agressor investiu contra ele. Foi quando a mulher conseguiu fugir. Ela sofreu um acidente vascular cerebral e passou por quatro cirurgias. Ficou 29 dias internada no hospital, sete deles na UTI. O processo tramita em segredo de justiça.