Polícia Civil de Santa Catarina, através da DIC-FRON de Chapecó, com apoio da Polícia Científica, de Policiais Civis do SAER e DPCAMI de Chapecó deflagra Operação “Bolsa Limpa”, contra grupo criminoso que vem praticando apropriação de valores de bolsas pesquisas que seriam direcionados a estudantes carentes. Todos investigados são funcionários de uma instituição de ensino que oferece graduação e pós-graduação na forma presencial e híbrida. A universidade fica localizada no Bairro Efapi em Chapecó (SC). Entre os envolvidos está o proprietário da instituição.
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As investigações tiveram início quando estudantes que teriam sidos contemplados com bolsas de pesquisa perceberam que suas bolsas do Programa Uniedu eram de valor superior ao da mensalidade, em alguns casos o valor da bolsa era superior a 150% o valor da mensalidade. Tiveram a percepção no momento que fizeram login no sistema do programa de bolsas para assinatura dos recibos, que era feito de forma virtual.
Quando estudantes questionaram a direção da universidade sobre tal assunto, foram orientados que deveriam simplesmente assinar os recibos mesmo com valores maiores aos da mensalidade, o que seria “considerado como bolsa integral”. Pendente de maiores esclarecimentos os alunos acabaram fazendo dessa forma por um grande período.
Ainda há relatos de estudantes que teriam realizado pagamentos das primeiras mensalidades, quando ingressaram na universidade, sendo posteriormente contemplados com bolsas retroativas (desde o ingresso), os quais não tiveram valores devolvidos, bem como também houve relatos de que funcionários teriam feito contato com estudantes para obterem senhas e login para fins de assinarem os recibos das bolsas de pesquisa.
Durante a manhã desta terça (11) foram cumpridos quatro quatro mandados de busca e apreensão, sendo um na instituição e três nas residências dos envolvidos, com objetivo de angariar mais elementos probatórios para investigação. Durante as buscas foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e grande quantidade de dinheiro em espécie na residência do proprietário da universidade.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa (Artigos 312, 299, 168 e 288 do Código Penal).
Em cálculo realizado pelos investigadores da DIC, somente nos três últimos anos o desvio chega próximo de R$ 100 mil, entretanto, esses números podem ser ainda maiores.
As investigações prosseguem e o delegado Eder Matte adverte que se tiver algum estudante com situação similar a relatada, procure a DIC Chapecó a fim de realizar a denuncia.
A nome da operação policial enfatiza a importância da transparência e da ética na área educacional, e indica que a operação visa combater fraudes e irregularidades nas bolsas de estudo de maneira justa e transparente. Além disso, o nome sugere que a ação não se limita apenas às bolsas de estudo, mas pode abranger outras áreas da educação onde possa haver práticas fraudulentas.