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Silvio Berlusconi, ‘imortal’ político italiano, morre aos 86 anos

Morreu nesta segunda (12), aos 86 anos, Silvio Berlusconi. O ex-primeiro-ministro italiano vinha acumulando uma série de internações nos últimos anos por diversos problemas de saúde, indo desde sequelas deixadas pela Covid-19, doenças que ele contraiu em setembro de 2021, até problemas cardíacos. O senador e empresário havia sido internado na sexta (9), em um hospital de Milão.

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Em abril passado, ele foi diagnosticado com leucemia mieloide crônica, uma forma de câncer do sangue que afeta com mais frequência pessoas com mais de 60 anos e, principalmente, homens. Na ocasião, os médicos destacaram que não é uma forma “aguda” da doença e que ele foi submetido a um “tratamento citorredutor especializado” contra a infecção pulmonar.

As hospitalizações de Berlusconi, conhecido como ‘imortal’ por sua longevidade política estava provocando preocupação por sua influência na política, economia e sociedade italiana. Desde 1994 na política, foi primeiro-ministro por nove anos – entre 1994 e 2011 – e, para milhões de italianos, o período de governo de Berlusconi representa uma idade de ouro da economia italiana.

Ele dominou a política de seu país durante duas décadas, e apesar dos escândalos sexuais, processos judiciais, declarações pró-Rússia e amizade com Vladimir Putin que mancharam sua imagem, ele permaneceu como uma figura central da política italiana, mesmo com partido que criou em 1993 – Força Itália – obtendo menos dos 10% das intenções de votos nas pesquisas.

Os problemas de saúde de Berlusconi eram recorrentes. Em 1997, ele também passou por uma operação na próstata. 19 anos depois, passou por uma importante cirurgia de coração aberto e em 2019 se submeteu a mais uma, mas dessa vez foi uma obstrução intestinal. Essas foram alguns dos vários procedimentos que Berlusconi se submeteu nos últimos anos, sendo outros deles: retirada do osso menisco, colocação de marca-passo, cirurgia na mandíbula, tendinite, uveíte – doença nos olhos -, catarata, entre outras operações. Nos últimos tempos, “Cavaliere” pareceu fisicamente abalado durante suas raras aparições públicas recentes.

Mesmo sendo considerado ‘imortal’ político, ele se envolveu em uma série de processo, sendo absolvidos de alguns. Em fevereiro de 2022, o ex-governante foi absolvido por um tribunal italiano das acusações de suborno de testemunhas para que mentissem sobre suas controversas festas “bunga bunga”. Essa foi a terceira absolvição neste caso para Berlusconi. Ele também foi condenado. Em agosto de 2013, a primeira condenação, foi sentenciado a quatro anos de prisão por fraude fiscal. Ele cumpriu a sentença no ano seguinte na forma de serviço comunitário, o que lhe custou seu título de Cavaliere.

Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, o bilionário encontrou em 2020 uma nova parceira: Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Força Itália. A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão (Mediaset), jornais e edições da Mondadori – ele foi o responsável pela fundação do primeiro canal de sinal fechado.

O magnata que eleito em 2021 pela Forbes como a 327ª pessoa mais rica do mundo, com fortuna avaliada na época em US$ 7,6 bilhões, já foi o dono do time Milan. Ele comprou a equipe em 1986, quando o clube estava em baixa desde o fim dos anos 1970 – o time havia sido rebaixado e se envolveu em escândalos de corrupção. Em 30 anos como dono da equipe, conquistou 30 taças (sendo 4 Champions League). Sucesso no âmbito esportivo alavancou ainda mais o nome dele na política. Em 2016, vendeu o Milan por US$ 2,5 bilhões para um grupo chinês. No ano seguinte, comprou o Monza, da terceira divisão. Ano passado, ele recolou o time na 1ª divisão após 110 anos. Nascido em Milão em setembro de 1936, ele se formou em direito pela Università de Milão, e chegou a ser baixista durante o tempo de graduação. Por Jovem Pan

 

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