Com quase meio século de uso a ponte do Goio-Ên, ligação entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, “não pode esperar muito tempo para ser revitalizada”. O alerta é do presidente da Associação dos Atingidos pela Foz do Chapecó – AAFC, Volmir Luiz Santolin. “Não há motivos para pânico, mas a prevenção é imprescindível”, disse. A declaração, feita no programa Marco Zero da Rádio Cidade FM apresentado aos sábados a partir das 8h30 com apoio da Auto Viação Chapecó, revela a grande inquietude com a conservação estrutural do acesso aos dois estados.
Santolin conhece a história da ponte inaugurada em 1975 desde o início de sua construção. Não ignora que existe acompanhamento de equipe especializada. Porém, entende que isso não dispensa a necessária promoção de “adequada e permanente manutenção” para evitar “situações comprometedoras”. Mesmo não sendo especialista no assunto, o técnico em edificações de formação, insiste “na urgência de ampla restauração da conexão dos estados”. Defende a tese baseado na oferta de mais segurança aos utentes “já que a ponte está com vida útil no limite”.
O desgaste da arquitetura é natural, provocado pelo tempo de uso e efeitos da circulação de contingente superior a 10 mil veículos e caminhões pesados todos os dias. Lembra que o concreto tem vida útil predeterminada. O setor competente precisa considerar esta condição sob pena “de passarmos por indesejáveis graves consequências” em futuro “quem sabe, não distante”. Diante disso a restauração torna-se inexorável “com máxima rapidez”.
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Segunda ponte – Reforma ou qualquer outro problema que demande o fechamento da ponte significaria “verdadeiro caos aos usuários”. Faz a afirmação para justificar a necessidade de rodovias e acessos alternativos serem construídos. Uma opção seria uma segunda ponte sobre o Rio Uruguai paralela à atual. Existe projeto para duplicar a rodovia em transição SCT 480 (Chapecó/Goio-Ên), mas isso não teria fundamento “se a ponte não for ampliada”. Mantida a atual configuração, o trânsito ficaria “engarrafado” na cabeceira do lado catarinense. A sugerida ampliação da travessia depende dos governos de SC e RS que construíram a ligação a partir da década de 1960.
O crescimento do município, previsto até 2050, e da região, requer anéis viários compatíveis ao volume de veículos que aumenta em proporção ainda maior “afogando” entradas e saídas das cidades. Projetos neste sentido precisam ser elaborados “imediatamente” para execução “em médio prazo”. A expansão rodoviária deve contemplar túneis, estruturas aéreas e até sistemas ferroviários de pequeno percurso.
Fonte turística abandonada – Ao tratar sobre o turismo, Santolin disse ser “impreterível” que as cidades catarinenses e gaúchas localizadas no Vale do Rio Uruguai “sejam urbanizadas”. Uma possibilidade seria a implantação de rodovia turística beira rio, ligando todos os municípios. O Vale tem nobre espaço turístico (uma das maiores matrizes econômicas mundiais) a ser explorado. Se eleva ainda mais agora com a construção do Autódromo Internacional de Chapecó. Defende a criação de Estancia Turística envolvendo Goio-Ên, Herval Grande, Nonoai e Faxinalzinho. Mostra que o Goio-Ên é uma pedra preciosa a ser lapidada e o “polimento” começa pela criação do plano de desenvolvimento da região Sul de Chapecó, onde o município foi criado, e um fórum permanente para tratar das questões desta natureza.
Fantástico centro de lazer e econômico – Conselheiro do Conselho da Cidade, Santolin é entusiasta defensor das competições náuticas no Goio-Ên, povoamento do rio com várias espécies de peixe (entre eles o Tucunaré) para pesca esportiva e criação de peixes em tanques-rede. As hidrelétricas de Chapecó, Itá e Campos Novos tem potencial para produzir mais de 90 toneladas de peixe ao ano. O transporte náutico via catamarã é outra atividade disponível. No Goio-Ên existem alternativas de construir praia artificial, resorts, restaurantes flutuantes, cabanas e parques, promoção de shows e eventos artísticos/culturais. Estas e outras medidas “são plenamente exequíveis”. Basta apenas “querer executar”, por exemplo, através de uma PPP – Parceria Público-Privada.
Estocadas – O presidente da AAFC se insurgiu contra a Foz do Chapecó (detentora da concessão da usina hidrelétrica) que impede o livre acesso ao rio, contrariando a Constituição Brasileira. A empresa não cumpriu acordo ao fechar “todos os acessos consolidados ao rio”, proibição ainda mantida. Causou danos às belezas naturais, prejuízos ambientais, culturais e de lazer “ao acabar” com a prainha do Goio-Ên e Praia Bonita, entre outros espaços. Santolin enfatizou que “decisões unilaterais” foram tomadas pela empresa “em total e absoluto desrespeito” às pessoas, instituições e ao meio ambiente.
A entrevista na íntegra está disponível no Facebook: https://www.facebook.com/cidade105/videos/1009566777522546
JC Linhares Assessoria & Comunicação