O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva e, ao Ministério da Justiça, o início imediato do processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
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Moraes ordenou ainda que a Polícia Federal inclua o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol, para garantir que Santos seja capturado e retorne ao Brasil. Também foi acionada a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
A decisão de Moraes, do último dia 5, atende a um pedido da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a prisão.
Allan dos Santos é um dos aliados mais próximos da família Bolsonaro. Ele é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte.
Após ter sido alvo de operações, Allan dos Santos deixou o Brasil e entrou nos Estados Unidos em 12 de agosto de 2020, com permissão para permanecer até 11 de fevereiro de 2021.
CPI
Após a divulgação da informação da ordem de prisão de Allan dos Santos, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), publicou em uma rede social mensagem de apoio à decisão.
O blogueiro é uma das 66 pessoas que tiveram o pedido de indiciamento incluído no relatório final da CPI, apresentado na última terça (19). Ele foi enquadrado no artigo 286 do Código Penal, acusado de incitação ao crime por disseminação de fake news.
Conduta criminosa
Os investigadores dizem que, mesmo nos Estados Unidos, a conduta criminosa do blogueiro não parou e que a prisão é necessária para garantir a ordem e as investigações que estão em curso.
Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou que Allan dos Santos deixou o país em razão das investigações e a fim de continuar atuando.
O ministro disse que as condutas de Allan dos Santos são de elevado grau de periculosidade. Ele também destacou que a intenção do blogueiro é “fazer dinheiro”.
“Como se vê, a utilização de seu canal nas redes sociais, usado como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, aliado ao fato de ter se ausentado do território nacional durante as investigações, passando a perpetrar suas condutas criminosas dos Estados Unidos da América, tem conferido a Allan Lopes dos Santos uma verdadeira cláusula de indenidade penal para a manutenção do cometimento dos crimes já indicados pela Polícia Federal, não demonstrando o investigado qualquer restrição em propagar os seus discursos criminosos”, afirmou o ministro.
Moraes ressaltou que a atuação de Allan dos Santos não se revela “apenas como meros crimes de opinião”.
Para Moraes, o blogueiro age para dividir o país e lucra com isso. Do G1