A Câmara confirmou nesta sexta (29) que Jair Bolsonaro será proibido de entrar na Casa até se vacinar contra a Covid, o que ele prometeu não fazer. De volta ao trabalho presencial nesta semana, a Câmara começou a exigir comprovação de vacinação, aferição da temperatura e uso de máscara, medida que o presidente pouco adota em público.
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Em resposta a um questionamento da coluna, que citou autoridades federais, a Câmara informou que obrigará o cumprimento dessas regras a todos que entrarem na Casa. A medida de segurança sanitária atendeu a um pedido da oposição no mês passado.
Deputados ou servidores com acesso aos plenários, seguiu o órgão, poderão substituir o comprovante de vacinação por um laudo laboratorial que comprove a imunização. Até esta sexta (29), funcionários que atestaram a vacinação à Câmara receberam um pequeno adesivo, sem holograma, para o crachá.
Contrariando recomendações básicas de saúde, Bolsonaro não tomou a vacina, atacou os imunizantes e afirmou que não se imunizará. 607 mil brasileiros morreram por causa da doença. Nesta semana, o presidente teve uma live apagada pelo Instagram, Facebook e Twitter por ter dito mentiras sobre a vacina. O presidente também circula sem máscara em público, o que motivaria outra proibição na entrada da Câmara.
Bolsonaro também prometeu vetar um projeto do Congresso que prevê o “passaporte da vacina” no país. O texto foi aprovado no Senado em junho e ainda não foi votado pela Câmara.
O momento não é dos mais tranquilos para o governo na Câmara. A base tem mostrado dificuldade em aprovar pautas importantes para o Planalto, a exemplo da PEC dos precatórios e a medida provisória do Auxílio Brasil — que Bolsonaro entregou aos deputados pessoalmente em agosto.
Nota da Câmara
Em nota, a presidência da Câmara recuou e negou que barrará Jair Bolsonaro por falta de vacina. “Todas as medidas estão sendo tomadas para a retomada dos trabalhos presenciais. Vários ajustes estão sendo feitos para que todos voltem com a maior segurança possível. O presidente Arthur Lira nega, no entanto, que a Câmara dos Deputados irá barrar o chefe de outro Poder. Mesmo na restrição mais rígida da Câmara, jamais foi impedida a visita do presidente de outro Poder”.