“O DINHEIRO NÃO TEM MAIS VALOR”
Certamente você já deve ter ouvido muitas vezes que o dinheiro parece estar perdendo o valor. Essa frase nos vem sempre a cabeça quando vamos ao supermercado fazer nossas compras, pois, o número de itens comprados diminuem a cada vez com o mesmo valor gasto.
Isto se dá, principalmente, pela imensa carga tributária sobre os produtos, somado a outros fatores externos, como por exemplo, a alta do dólar que influencia no preço dos combustíveis, interferindo diretamente a tudo o que consumimos.
A única maneira de termos uma mudança nesta questão é realizando reformas necessárias e importantes, partindo da reforma política, e posteriormente as reformas administrativas e tributárias no âmbito nacional, estaduais e municipais.
Mesmo realizando todas essas reformas, levaríamos pelo menos uma década para começarmos a sentir as mudanças, com diminuição de desemprego e a desigualdade social, melhoria na renda e principalmente na qualidade de serviços públicos essenciais, garantidos por lei a todos, sem distinção.
REFORMAS SÃO DIFÍCEIS
O que vemos, eleição após eleição, são promessas, mas efetivamente, as tais reformas não acontecem. Isso ocorre por que reforma significa perda de privilégios por alguns grupos. Isso cria forte resistência por parte deste grupo, que segue sugando e “enrolando” a população que, por falta de entendimento claro dos benefícios que essas mudanças lhes trariam, continuam estagnados, sem cobrar que de fato os discursos e promessas se tornem realidade.
Toda e qualquer reforma deve ser aprovada pelo congresso nacional – Câmara dos Deputados e Senado – para então serem sancionadas pelo Presidente da República. O mesmo ocorre com qualquer projeto de Lei, ou seja, quem tem o verdadeiro poder nas mãos são os legisladores, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, e estes serão os mais afetados pelas reformas, isso “justifica” toda a demora e “enrolação”.
REFORMA POLÍTICA
Hoje temos no Brasil um número muito grande de partidos, uma parte da reforma já foi efetivada proibindo a coligação nas chapas proporcionais (senadores, deputados e vereadores), mas ainda precisamos mais para estancar a sangria de dinheiro público que isso ocasiona.
Um número elevado de partidos representa um maior gasto para acomodar deputados e sua turma por parte do chefe do Poder Executivo, para assim, garantir a governabilidade e ter a aprovação de seus projetos, um verdadeiro jogo de “toma lá dá cá”, onde não é analisado os benefícios de um projeto, mas sim, os benefícios que eles terão para aprovar, caso contrário, travam a máquina, mesmo que cause prejuízos a população.
Outro ponto são os políticos que se perpetuam no poder, se servindo da política, quando na verdade tem o dever de servir. Em alguns estados da federação, uma família controla toda a política, impedindo que qualquer outra liderança surja, implantando um verdadeiro coronelismo.
Portanto, é preciso diminuir o número de partidos e criar regras que evitem as sucessivas reeleições, juntamente com o voto distrital, o que garantiria a representatividade de todas as regiões, tirando o monopólio de um grupo ou região do estado.
REFORMA ADMINISTRATIVA
Hoje o custo para se manter a máquina pública é absurdamente alto, sugando a maior parte dos recursos arrecadados. Muitas pessoas recebem hoje salários acima do teto, principalmente no Poder Judiciário, além de todos os penduricalhos, que em alguns casos, chegam a somar outro salário somente com estes benefícios. O inchaço no governo é tanto, que acaba inviabilizando muitas obras e serviços, impedindo também que tenhamos impostos mais baixos, pois se diminuir a arrecadação, a conta não fecha.
É preciso que o governo se preocupe com aquilo que é essencial a população e, transfira para a iniciativa privada tudo aquilo que gera mais despesas, haja vista os altos salários pagos aos funcionários públicos, onde alguns planos de cargos e salários acabam por garantir absurdos a algumas funções, enquanto outras vivem na miséria.
A privatização de empresas públicas, que de nada servem, seria um passo importante. É claro que não sou um “privatizacionista”, é preciso manter órgãos importantes e estratégicos como estatais, com um debate amplo e transparente, mostrando o que dá lucro e o que da prejuízo, diminuindo desta forma o a farra com o dinheiro público e garantindo recursos para o que é constitucional e nosso por direito.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Após essas reformas comentadas acima, e somente após isso, podemos construir uma reforma tributária. Se fizermos o contrário, o Brasil cairá no abismo, que está a um passo.
Hoje no Brasil, os impostos elevados são responsáveis pelo alto custo de vida. Na energia elétrica mais de 25% são impostos; os combustíveis em Santa Catarina, tem uma taxa de ICMS de 25% e este percentual passa de 30% em alguns estados.
Como os caminhões que transportam nossa produção percorrem todo o país e abastecem em diferentes estados, tem seus custos aumentado, refletindo no preço dos produtos na prateleira dos supermercados.
Segundo dados do impostômetro, ferramenta independente que mede quanto pagamos de impostos em tempo real, somente no mês de janeiro, os brasileiros pagaram mais de R$ 268 bilhões em impostos, já durante todo o ano de 2020 o valor chegou a R$ 2 trilhões.
Para se ter uma ideia – como apurado pelo impostômetro no ano passado – seria possível comprar 44 bilhões de casas populares de 45m², ou então, adquirir 4.730.451.732 cestas básicas. Para transportar todo este valor em notas de R$ 100, seriam necessários 679 containers de 20 pés. É dinheiro pra c…
POR QUE AS REFORMAS NÃO ACONTECEM?
Respondo com outra pergunta: Se essas reformas fossem apresentadas hoje, o deputado e senador que você ajudou a eleger – mesmo que a pessoa que você votou não tenha sido eleita, seu voto ajudou a eleger alguém do mesmo partido ou coligação – votaria a favor ou contra?
Por isso precisamos pensar e analisar bem antes de votar. Nosso voto tem consequências!