
Os livros de história vão reservar uma página importante ao relatarem a operação Lava-Jato. Junto a isso, o nome de Sérgio Moro terá o destaque que lhe é merecido, afinal, ele conduziu grande parte das ações que resultaram na prisão de figuras ilustres, porém nefastas. Com um conhecimento jurídico ímpar, o ex-juiz federal foi ganhando notoriedade, mas, apesar de toda sua capacidade intelectual, Sérgio Moro demonstrou fraqueza emocional ao sair do cargo de Ministro de Justiça, agindo de modo antiético e ávido por vingança.
Numa relação entre pessoas maduras, o pedido de demissão de Sérgio Moro deveria ter sido comunicado primeiro ao presidente da República, para depois ser levado à imprensa. Essa inabilidade política contrasta com a postura diplomática que Henrique Mandetta teve dias antes, participando, inclusive, da transmissão do cargo no Ministério da Saúde, mesmo tendo sido exonerado. Além do mais, o ex-juiz acusou Bolsonaro de querer interferir na Polícia Federal ao exigir informações sobre a inteligência do órgão, porém, em nenhum momento Moro o acusa de querer informações sobre investigações pessoais, fato que, realmente, seria ilegal.
No entanto, na hipótese de o ex-juiz perceber que Jair Messias cometeu um ato ilegal, o curso natural seria levar o caso à PGR, pois do contrário, Moro estaria prevaricando, o que também é crime. Não bastasse essa atitude imatura do ex-ministro, na mesma noite ele expôs, em rede nacional, conversas com o presidente Bolsonaro e com sua afilhada de casamento, a deputada Carla Zambelli, com prints feitos minutos depois dos diálogos, demonstrando agir com premeditação, culminando com a expressão ensaiada “não estou à venda”.
Depois essas conversas foram divulgadas na íntegra pela parlamentar, revelando um Moro que a alertava de que não adiantaria ela tentar uma promessa do presidente para sua indicação ao STF, pois ele já falara com Bolsonaro, dando a entender que recebeu uma negativa por parte do capitão. Com o intuito ainda de denegrir a imagem do atual governo, Moro afirmou que nas gestões anteriores não houve interferência na PF o que é facilmente desmentido por notícias da época e por testemunhas que viveram esse período de pressão e acabaram removidas de seus cargos por interesses escusos.
Moro sai do governo menor do que entrou, vitimado por sua vaidade e maus conselhos, além de um interesse eleitoral que contrasta com sua lamentável postura de herói pueril…