Histórico familiar, faixa etária, origem étnica e doenças como diabetes ampliam probabilidade de desenvolver a doença que mais causa perda irreversível de visão, alerta a Associação Catarinense de Oftalmologia.
O glaucoma, doença causada quando o aumento da pressão do olho cria uma lesão no nervo óptico, é o principal responsável por casos de cegueira irreversível no mundo. Na próxima terça-feira, 26 de maio, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma oportunidade para que médicos oftalmologistas orientem a população sobre as formas de tratar e prevenir esta doença que, apesar de não ter cura, pode ser controlada com tratamento médico e cirúrgico.
“É uma doença silenciosa e perigosa, que não apresenta sintomas no início, mas só apresentará sintomas quando estiver mais avançado, o principal deles é a perda de campo de visão”, detalha o dr. João Artur Etz Jr, presidente da Associação Catarinense de Oftalmologia. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, cerca de 80 milhões de pessoas no mundo sofrem de glaucoma atualmente, número que poderá chegar a 111,5 milhões nos próximos 20 anos.
Há dois tipos de glaucoma: o de ângulo aberto (simples), representa quase 80% dos casos – em geral acima dos 40 anos – e é causado por uma alteração anatômica no ângulo da câmara anterior, que dificulta a saída do humor aquoso e eleva a pressão intraocular. O glaucoma de ângulo fechado ocorre em função de um aumento súbito da pressão dos olhos. Quaisquer alterações são perceptíveis no exame de fundo de olho realizado pelos médicos oftalmologistas.
Mas quem tem maior probabilidade de desenvolver o glaucoma? Entre os principais fatores de risco estão o histórico familiar (hereditariedade), pressão intraocular elevada, idade acima de 40 anos, diabetes e até mesmo a origem étnica.
HISTÓRICO FAMILIAR: é talvez o fator de risco mais grave para desenvolvimento da doença. Estima-se que cerca de 6% dos pacientes com a doença já tiveram outro caso na família.
PRESSÃO INTRAOCULAR ELEVADA: o exame de pressão dos olhos é um dos mais importantes nas consultas oftalmológicas – por isso a necessidade de um acompanhamento regular por um profissional médico. “Pessoas acima de 35 anos devem se consultar pelo menos uma vez a cada dois anos. Quem tem mais de 65 anos ou parentes com diabetes, retinopatia diabética e glaucoma, por sua vez, precisam se consultar todos os anos”, alerta o dr. João Artur.
FAIXA ETÁRIA: É mais frequente o aparecimento da doença em pacientes a partir de 40 anos – o que reforça a necessidade de um acompanhamento médico regular – mas o glaucoma pode ocorrer em qualquer faixa de idade, dependendo da causa que provocou o aumento da pressão ocular.
ORIGEM ÉTNICA: pesquisas indicam que pessoas negras têm até três vezes mais probabilidade de desenvolver glaucoma de ângulo aberto do que pacientes brancos. Já os casos de glaucoma de ângulo fechado é mais comum entre pacientes de origem oriental.
OUTRAS DOENÇAS: segundo o dr. João Artur, da Associação Catarinense de Oftalmologia, outros fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma são condições como descolamento de retina, além de altos graus de miopia (acima de 5,25), alguns tipos de catarata, tumores e inflamações intraoculares. Alguns pacientes também podem apresentar aumento da pressão intraocular em função do uso de colírios, como por exemplo, corticóides.
Além do acompanhamento particular de cada caso, o presidente da entidade ressalta a importância da realização de atividades físicas e adoção de alimentação saudável como forma de reduzir a pressão intraocular e assim evitar o aparecimento do glaucoma.
Para saber mais sobre os mitos e verdades de doenças da visão, formas de prevenção e outras informações, confira aqui a cartilha Saúde dos Olhos, produzida e distribuída pela Associação Catarinense de Oftalmologia. Fabiana Henrique