A emergência nacional de saúde, social e econômica provocada pela pandemia de covid-19 criou uma onda de solidariedade no Brasil que já resultou em mais de R$ 5 bilhões de doações. A maior parte é proveniente de grandes empresas, mas pessoas físicas, mesmo com pequenas quantias, colaboram para mudar o cenário de filantropia no Brasil. Até áreas que não tinham tradição de captar recursos, como a ciência, estão se beneficiando. E a expectativa é de que, da tempestade, possa surgir uma cultura maior de doações no Brasil.
O dado foi compilado pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que criou um monitor das doações para mapear as ações de combate ao coronavírus. Segundo a organização, o valor é inédito no país. O último censo sobre filantropia feito no País, referente a 2018, pelo Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife), rastreou um total de R$ 3,25 bilhões de doações ao longo de todo aquele ano. Com a resssalva de que esse censo só mede o volume de recursos corporativos, de investidores sociais.
O site foi lançado no dia 31 de março, com esse valor. Nesta sexta, dois meses depois, já somava mais de R$ 5,2 bilhões.
A maior parte (86%) é proveniente de empresas. Campanhas de financiamento coletivo respondem por 7% das doações. “Mas são mais de 300 campanhas, que juntas já arrecadaram mais de R$ 345 milhões. São mais de 320 mil pessoas doando, de R$ 5 a R$ 1 mil. É bastante democrático e diverso”, relata Woods, presidente do conselho deliberativo da ABCR.
Cerca de 70% das doações são direcionadas para infraestrutura e insumos de saúde (como máscaras, EPIs e reagentes para testes). Outra parcela grande é para lidar com os impactos socioeconômicos do isolamento e da pandemia. “Muitas campanhas são pensadas para a segurança alimentar, fazendo chegar alimentos onde o benefício do governo não chega”, afirma.
Uma pesquisa feita em 2016 sobre o perfil das doações no Brasil já havia revelado que o brasileiro é solidário, mas age muito com base na emoção do momento – como em uma tragédia –, mas em geral não tem muita constância em sua filantropia. (Fonte R7).
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