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Entenda por que a alta dos juros deve reduzir o preço dos alimentos

Ao elevar a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 5,25%, nesta quarta (4), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) utiliza um velho conhecido mecanismo de freio da inflação (no caso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA). A medida, num primeiro momento, deve reduzir o preço dos alimentos, como arroz e feijão, e dos combustíveis.

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“Isso acontece porque a inflação em alta se reflete principalmente nesses dois itens”, explica Ahmed Sameeer El Khatib, coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). “A Selic, portanto, ‘segura’ essa tendência de alta”.

Apesar da consequente queda dos preços, segundo El Khatib, os juros mais altos tornam o crédito mais caro, fator que desestimula o consumo e os investimentos das empresas.

“Ao elevar a Selic, o governo dificulta o acesso ao crédito, pois os juros do cartão de crédito, do cheque especial e dos empréstimos ficam mais altos”, esclarece o professor. A mensagem que o governo passa é clara: “Não está na hora de comprar, de tomar decisões de compra mais caras. No longo prazo, essa estratégia controla a inflação”.

Valorização do real

De acordo com El Khatib, para a população em geral, os impactos de curto prazo serão pequenos. “O crédito tende a ficar um pouco mais caro e o câmbio, um pouco mais estável, com o real um pouco mais valorizado perante o dólar. É isso que reduz a pressão inflacionária sobre os combustíveis e os alimentos, por exemplo.”

De forma simplificada, o professor explica que o custo mais alto do dinheiro e do crediário faz com que a população contenha seus gastos, reduzindo a demanda. “Isso provoca uma retração na economia, redução nos preços dos produtos e serviços, e tudo isso faz a inflação cair”. Do R7

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