Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Julio Garcia vive uma situação interessante na “carreira”. Como chefe do Legislativo, ele conduz o processo de impeachment contra Carlos Moisés e da vice Daniela Reinehr. Se o caso for acolhido pelos colegas, Garcia vira governador do estado.
Olhando assim, o futuro do deputado parece muito promissor. Nessas histórias de ascensão meteórica na política, que o diga figuras como Wilson Witzel, no Rio, o problema costuma estar no passado.
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Garcia foi denunciado pelo MPF nesta semana por integrar um esquema de corrupção que fraudou licitações no governo catarinense durante seguidas administrações. Se virar réu na Justiça antes de derrubar o governador e a vice, seu projeto de poder fica pelo caminho, já que réus não podem figurar na linha sucessória.
Se conseguir virar governador, no entanto, Garcia ganhará folego momentâneo nas investigações, com a mudança de foro do TJSC para o STJ, em Brasília. A coisa, no entanto, nem de longe parece boa.
As investigações da Operação Alcatraz, deflagradas em 2019, levaram para a prisão o ex-secretário adjunto de Administração do governo catarinense Nelson Nappi, indicado ao governo, segundo as investigações, pelo deputado Garcia. Acompanhando o estilo de vida do secretário e a forma como ele gastava a propina do esquema, os investigadores chegaram a quem? Julio Garcia.
Com salário de R$16.000 no governo, Nappi tinha luxos incompatíveis com sua renda como uma lancha Phantom 303 de R$ 277 mil. A embarcação, comprada no nome de Nappi e de mais um sócio, tinha, no entanto, outro usuário ilustre, o padrinho presidente da assembleia. Interceptações telefônicas realizadas pelos investigadores com autorização da Justiça flagraram a rotina de
Garcia e sua família no compartilhamento da lancha. (Fonte VEJA/Radar – Robson Bobina).