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ESTRELA DE NATAL: Júpiter e Saturno vão formar o primeiro “planeta duplo” visível em quase 800 anos

Vistos a partir da Terra, Júpiter e Saturno poderão parecer distantes, mas os dois planetas vão chegar tão perto um do outro que poderão parecer sobrepostos, criando uma espécie de “planeta duplo” que não era visível desde a Idade Média.

Este evento astronómico em que dois objetos se alinham no céu é conhecido como “conjunção”. Mas ​​​é chamado de “grande conjunção” quando envolve precisamente Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do sistema solar. Também conhecido, popularmente, como Estrela da Natividade ou Estrela de Belém.

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Em 1614, o astrónomo alemão Johannes Kepler sugeriu que pode ter sido uma conjunção de Júpiter e Saturno a motivar as referências bíblicas à “Estrela de Belém”, na história da natividade.

Outras correntes, no entanto, sugerem os Três Reis Magos poderiam ter seguido uma conjunção tripla de Júpiter, Saturno e Vénus ou mesmo um cometa para visitar o menino Jesus.

Agora, esta grande conjunção “vai ser possível de ver a olho nu. Não precisa de ser observada com instrumentos sofisticados”, disse ao The Washington Post Michael Brown, astrónomo da Universidade de Monash, na Austrália.

A 21 de dezembro, os dois planetas estarão separados por 0,1 graus no campo visual, mas na verdade vão estar distantes cerca de 724 milhões de quilómetros no espaço.

Atendendo ao ritmo das suas órbitas – Júpiter leva cerca de 12 anos terrestres a dar uma volta ao Sol em comparação com os 30 de Saturno -, os dois planetas ficam alinhados aproximadamente uma vez em cada duas décadas.

No entanto, cada órbita tem uma inclinação ligeiramente diferente, o que faz com que conjunções com distâncias tão curtas como a prevista para dia 21 sejam raras. Segundo Brown, a última vez que foi possível ver Saturno e Júpiter próximos o suficiente para criar o “planeta duplo” foi em março de 1226. Também estiveram próximos em 1623, mas o fenómeno foi impossível de observar devido ao brilho do Sol.

Ainda assim, não será preciso esperar mais oito séculos para ver outro “planeta duplo”, uma vez que a próxima conjunção será visível em 2080, de acordo com projeções de um astrónomo da Rice University, Patrick Hartigan.

Contudo, esta será uma oportunidade única para uma geração de astrónomos. (Fonte Diário de Notícias).

 

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