O advogado e ex-deputado federal Paulo Bornhausen lança, nesta segunda (8), às 18h30, no Pollen Parque Científico e Tecnológico, em Chapecó, o livro “SOPE: Do Sonho à Entrega”. A publicação introduz a filosofia de trabalho de Bornhausen, que, segundo ele, o guiou por “toda a vida, principalmente nas grandes vitórias da agenda da sociedade e dos catarinenses”, como o fim da CPMF, a derrubada dos pardais nas rodovias estaduais, os programas da Nova Economia Catarinense, como o Juro Zero, o projeto dos Centros Regionais de Inovação e a vinda da BMW para Santa Catarina.
SOPE é o acrônimo para Sonhar, Ouvir, Planejar e Entregar. “Eu SONHO com os grandes desafios com visão de futuro. Eu OUÇO as pessoas quando compartilho com elas a minha visão. Eu PLANEJO o que é preciso ser feito para tornar esse sonho uma realidade. Como todo bom catarinense, eu trabalho duro, de segunda a segunda. Acordo cedo e durmo tarde. Então eu EXECUTO o que eu planejei e ENTREGO os bons resultados para as pessoas. Foi assim que eu consegui realizar sonhos que muitos julgaram como impossíveis”, explica o autor.
Para contextualizar a filosofia SOPE, Bornhausen compilou no livro uma série de artigos que publicou, nos quais comenta os principais projetos em que participou entre 2011, quando assumiu a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), e os dias de hoje.
“Eu sempre fui um SOPE, desde que comecei na vida pública, como deputado federal, estadual e secretário de Estado. Mas neste livro eu foquei nos últimos dez anos, quando eu pude dar muitas contribuições decisivas para o futuro do meu estado, da minha gente”, revela.
“À frente da SDE, nós sonhamos, ouvimos os catarinenses, planejamos e entregamos o maior e mais completo projeto de Estado para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina em décadas, com gestão, inovação e sustentabilidade. Nossos programas cobriram todos os níveis da economia catarinense, deste os catadores de materiais recicláveis até a BWM. Apoiamos empreendedores individuais e micro e pequenas empresas. Capacitamos jovens para o setor de tecnologia. Montamos um modelo de nível internacional para os centros de inovação. Levantamos dados para ajudar na preservação ambiental. Esses são destaques de uma longa lista”.
Ao sair do Governo do Estado, Paulo Bornhausen se voltou para a vida pessoal. Ele é advogado e empreendedor. Mas não se desligou da vida pública. Como voluntário, criou o projeto de planejamento regional InovAMFRI, que resultou em uma série de ações para os 11 municípios da região da Foz do Rio Itajaí. Ele é presidente do Conselho Consultivo do InovAMFRI.
“Com o InovAMFRI, os municípios retomaram rédeas do seu futuro. Sonhamos ver a AMFRI como uma região de classe mundial em até 25, 30 anos. Reunimos as lideranças públicas e a sociedade civil e definimos em conjunto quais são as prioridades para a região”, conta. O InovAMFRI definiu como estratégicos os eixos de desenvolvimento econômico, mobilidade urbana integrada e gestão pública moderna.
Para Bornhausen, o formato de planejamento do InovAMFRI pode servir como base para um novo modelo de desenvolvimento regional para Santa Catarina, a ser replicado pelas Associações de Municípios em todo Estado, respeitando-se as características e peculiaridade de cada região. A Associação de Municípios do Vale Europeu, em Blumenau e região, já iniciou um processo inspirado na Foz do Itajaí.
Segundo ele, há muito do SOPE no InovAMFRI e as primeiras entregas já estão no horizonte. O Centro Regional de Inovação está prestes a ser inaugurado no Distrito Regional de Inovação de Itajaí, este um projeto do InovAMFRI. A região conquistou ainda o apoio técnico e financeiro do Banco Mundial. “Temos o aval para seguirmos com a construção do túnel imerso sob o Rio Itajaí e o sistema de transporte coletivo urbano integrando toda a região com veículos 100% elétricos. Será um dos maiores projetos de infraestrutura urbana de Santa Catarina nos próximos anos. Um sonho da região que será entregue para as pessoas antes de 2030”.
Bornhausen acredita que o InovAMFRI pode ajudar a responder a um problema comum no Brasil: a falta de apoio dos governos centrais – federal e estadual – aos municípios. “Não podemos mais ficar esperando que todas as soluções venham prontas de Brasília ou da Capital. Os municípios podem e devem se reunir para ir em busca das soluções e recursos para superar os seus grandes desafios, como fizemos na Foz do Itajaí”.
O ex-parlamentar, porém, defende uma representação firme no Congresso Nacional que priorize os interesses dos catarinenses. “Cabe a nós buscarmos as soluções para os problemas locais, porém sem abrir mão de uma representação forte e que coloque Santa Catarina em primeiro lugar no Congresso Nacional. Estive lá, sei como funciona e fiz isso. Todos os anos os catarinenses mandam muito dinheiro para Brasília. Temos que ter representantes atuando com firmeza para garantir que o dinheiro dos impostos das pessoas retorne para o Estado e os municípios na forma de investimentos importantes. Infelizmente, não é o que vemos”.
Ao encerrar o livro, Paulo introduz os desafios na próxima década em Santa Catarina e aponta alguns caminhos para superá-los. Segundo o ex-deputado, os principais são “dobrar a renda dos catarinenses e levar Santa Catarina ainda mais perto da fronteira do conhecimento até 2032”.