A falta de reconhecimento a um dos alicerces da criação da Chapecoense, Heitor Pasqualotto, levou à manifestação por parte da família. Isso ocorreu através de ofício dirigido à presidência do clube, no qual são destacados aspectos da trajetória desse empresário e desportista em sua participação no crescimento do futebol em Chapecó.
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No ofício, encaminhado em 3 de dezembro ao presidente do clube, Paulo Magro, a filha Dasy Pasqualotto lembra que desde a fundação da Associação Chapecoense de Futebol, em maio de 1973 – a partir do Clube Atlético Chapecó e do Independente Futebol Clube, do qual Heitor era participante –, Pasqualotto esteve entre aqueles que estiveram sempre presentes. Exemplifica com a produção de blocos de rifas e de bingos, para a captação de recursos, até a doação direta de valores e outras iniciativas de cunho prático “para manter os times e erguer o clube”. Especifica que desde o início da associação até seu falecimento, em 1992, Pasqualotto – mesmo sem ocupar cargos formais na diretoria –, “foi uma figura constante no trabalho em favor do clube, juntamente com outros nomes imprescindíveis como fundadores, dirigentes, patrocinadores ou incentivadores de outras formas”.
Entre as iniciativas da qual o desportista participou, ainda quando não havia estádio em Chapecó, está a busca de alternativas, como foi o caso da utilização do Estádio da Montanha, em Xaxim, desde a fundação da Chapecoense até 1976. Nesse ano, o então prefeito Altair Wagner e a diretoria da Chapecoense entregaram o Estádio Regional Índio Condá. Entre outras ações para a obtenção da área, houve a participação direta de Heitor Pasqualotto, que também foi vice-presidente da Federação Catarinense de Futebol e ocupou interinamente a presidência.
Inconformidade e reconhecimento aos demais
No ofício à Chapecoense, a filha Dasy afirma que não pode ser desmerecido “o papel de qualquer outro fundador, dirigente ou incentivador do clube” e expressa que Heitor Pasqualotto foi fundamental em muitos momentos, como outros o foram em suas respectivas épocas, atuando à frente ou nos bastidores, por isso há “uma lacuna dessa falta de reconhecimento”. Em decorrência disso, afirma sua “inconformidade com o descaso que se verifica quanto à participação na história do clube” e assinala que tal responsabilidade pode não ser desta diretoria unicamente, mas principalmente das anteriores.
“É como se o que ele fez não tenha representação ou não tenha sido uma contribuição elementar para a trajetória da associação”, finaliza a filha de Heitor Pasqualotto, ao expressar sua “irresignação, na esperança de que o esquecimento possa ser corrigido, como forma de justiça a quem vivia o clube praticamente às 24 horas do dia”.