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Incidência de covid em crianças preocupa pais e médicos

O número de crianças com covid-19 atendidas no Pronto Atendimento Respiratório da Unimed Chapecó nos dois primeiros meses deste ano já superou os dez meses de pandemia de 2020. Conforme levantamento da cooperativa médica, no ano passado foram atendidos 92 casos, sem nenhuma complicação, enquanto que em 2021 foram 17 em janeiro e 81 em fevereiro, com três internações por complicações e maior gravidade da doença.

Esses dados foram apresentados, nesta semana, durante a live “As aulas vão começar. E agora?” A iniciativa foi da Unimed Chapecó e da Câmara de Dirigentes Lojistas do município (CDL) com o objetivo de orientar sobre os cuidados necessários no retorno das atividades escolares presenciais. A live foi conduzida pela pediatra Dra. Margarida Alba Winckler, com a participação dos médicos Lidiane Guarienti Ramos (psiquiatra), Luciana da Silva Carreira (pediatra intensivista), Paulo Fett (medicina do trabalho), Rovani Camargo (cirurgião torácico), Rubielle Silvani Badalotti (neuropsicóloga), além do presidente da CDL Chapecó Clóvis Afonso Spohr.

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De acordo com o Dr. Rovani – que também é diretor de Marketing, Relacionamento e Sustentabilidade da Unimed Chapecó – o sistema de saúde da região sul do Brasil tem vivido dias difíceis. “Os números são alarmantes, não temos mais leitos e temos dificuldades para transferir pacientes em função da falta de vagas nos outros hospitais do País. Todas as nossas equipes estão direcionadas para atendimento de pacientes com covid-19. Somente na semana passada contratamos mais de 90 profissionais. Utilizamos toda a estrutura e diariamente buscamos alternativas, mas estamos no limite”, argumentou ao pedir a cooperação da população.

 Os profissionais estão preocupados porque o aumento dos casos em adultos elevou a ocorrência da doença em crianças. A Dra. Luciana explicou que as crianças estão se contaminando pelos seus familiares em casa e até, o momento, não foi registrado caso de transmissão entre elas. “Com o retorno das aulas presenciais, se as crianças utilizarem as máscaras, espera-se a redução de outras doenças respiratórias. Vale destacar que as crianças têm um quadro clínico muito semelhante a uma gripe, que não pode ser distinguido clinicamente sem a realização do exame para covid-19”, observou.

A orientação aos pais, segundo Dr. Paulo, é reforçar em casa a utilização correta da máscara, que deve cobrir a boca e o nariz. Na mochila, é preciso máscaras extras para troca e local reservado para guardar as utilizadas. Além da máscara, os professores podem utilizar proteção facial, porém as luvas são recomendadas apenas na educação infantil. “No período da refeição é necessário manter o distanciamento, preferencialmente com barreiras físicas, porque os estudantes retirarão as máscaras. Outros cuidados são de higienizar as mãos antes de manusear a máscara e fazê-la somente pelas alças”, reforçou ao comentar que normalmente as pessoas levam as mãos ao rosto 20 vezes por hora.

Impactos da pandemia

A saúde física, mental e financeira, segundo o presidente da CDL Chapecó, estão conectadas. “Tem sido muito difícil tomar alguns posicionamentos para equilibrar essa gangorra. Fomos muito cobrados e questionados e tomamos decisões difíceis. Tivemos que nos reinventar e mudar os caminhos que achávamos que eram seguros”, relatou. Spohr destacou que a entidade trabalhou intensamente para disseminar os cuidados por compreender que o comércio é vetor de informação e conscientização da população. “Entendemos que o segmento não é culpado, mas sim o comportamento das pessoas. Defendemos o retorno das aulas de maneira gradual e segura, pois os alunos podem ser multiplicadores de informação. Falamos de 60 mil estudantes, o que atinge 100% das residências do município”, expôs ao complementar que a entidade nunca separou a saúde da economia.

Conforme a Dra. Lidiane, o estresse da pandemia pode comprometer o desenvolvimento e a saúde mental das crianças. Entre os fatores que podem interferir estão: faixa etária, contexto familiar e saúde emocional dos pais. “Algumas crianças têm alterações emocionais e comportamentos reativos, como sono, apetite, regressões (alterações de fala) e birras. Para reverter esse quadro é preciso identificar precocemente, fazer os ajustes familiares e de rotina para não se transformar em quadros de depressão profunda, ansiedade excessiva, agitação, maior ligação com os eletrônicos, isolamento, comportamentos lesivos e pensamentos suicidas”, alertou.

Outro impacto da pandemia é no processo de aprendizagem, que tem gerado lacunas. “No desenvolvimento temos marcos importantes e para amenizar esses reflexos devemos priorizar nossas crianças em casa, mesmo chegando cansados do trabalho. Elas estão aprendendo a se adequar e precisam ser orientadas. Os pais devem ter jogo de cintura”, comentou a Dra. Rubiele.

Entre as orientações dos profissionais para a estimulação cognitiva estão atividades de psicomotricidade de acordo com a idade; sensoriais; leitura e contação de história; imagem corporal; contato com a natureza; trocas sociais com os jogos on-line; rotina de sono e organização para assistir as aulas virtuais. MB Comunicação

 

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