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Investimentos na cadeia de biogás podem alavancar o desenvolvimento sustentável de SC

Num mundo globalizado em que o respeito ao meio ambiente torna-se cada vez mais fundamental para a operação dos negócios, a busca por alternativas energéticas renováveis é indispensável. Resíduos orgânicos gerados pelos setores produtivos e aterros sanitários, fontes para a produção do biogás, tem grande potencial para diversificar a matriz energética dos países e reduzir a poluição.

Santa Catarina possui um setor agropecuário representativo, que ocupa mais da metade das exportações. É no interior do Estado que se concentra a maior parcela de produtores rurais, principalmente com a produção de suínos, cujos dejetos podem ser utilizados para a produção do biogás. Investir em tecnologia para o aproveitamento desta energia renovável significa melhorar a qualidade do ar, dirimir o risco de disseminação de doenças e reduzir impactos ao meio ambiente.

O potencial para produção do biogás, que pode ser aproveitado como combustível para frota de veículos pesados e também como energia nos setores produtivos, chega a 1,6 milhões de metros cúbicos por dia em Santa Catarina, conforme estudos da UFSC. Para fins de comparação, a distribuição de gás natural no Estado era de em média 2 milhões de metros cúbicos por dia antes da crise da Covid-19. Além de garantir maior independência energética por vias sustentáveis, o aproveitamento do biogás pode impulsionar a geração de renda local, favorecer a desconcentração de renda e a diminuição das migrações e, consequentemente, diminuir a aglomeração urbana.

Há poucos dias o Brasil ganhou a primeira norma técnica para orientar o uso de biometano, biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás, nas infraestruturas de distribuição de gás canalizado já existentes. O documento indica que o gás natural, o biometano e a mistura deles, destinados à injeção em redes ou sistemas de distribuição de gás, devem atender à legislação e regulação aplicáveis de forma a mitigar as situações de risco, danos à saúde humana, ao meio ambiente e aos equipamentos operacionais.

Para a criação da norma técnica, foi formado um grupo de trabalho ligado ao Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis -CB-009, com a coordenação da Abegás. O grupo foi constituído por consultores independentes, especialistas e empresas produtoras de biometano, além de distribuidoras estaduais de gás natural. Novas normas estão em processo de elaboração para direcionar possibilidades de investimento e desenvolvimento de tecnologias para a cadeia do biogás no Brasil.

Biometano e Biogás

O biometano é um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás. Por sua vez, o biogás é originário da digestão anaeróbica (anaeróbia) de material orgânico (decomposição por ação das bactérias), composto principalmente de metano e dióxido de carbono (CO2). É produzido a partir de produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris, resíduos agrícolas, estercos de animais, esgoto doméstico e resíduos sólidos urbanos (aterros sanitários). (Fonte ANP)

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