A redução brusca no número de profissionais de limpeza nas escolas da rede estadual de ensino está sendo denunciada pela deputada Luciane Carminatti (PT). Em todas as regiões do estado, reclamações da comunidade escolar apontam para corte de vagas, sobrecarga de trabalho e afastamentos, após a terceirização dos serviços pelo governo estadual.
Até então, as serventes eram contratadas pela Associação de Pais e Professores, de acordo com o contexto de cada unidade, considerando número de alunos, área e movimentação, entre outros. Diretores e professores reclamam que esses critérios têm sido ignorados pela empresa terceirizada.
Na EEB Zitta Flach, em Chapecó, apenas quatro serventes precisam dar conta de uma área de mais 6 mil metros quadrados e 40 banheiros, intercalando-se nos três turnos. “Tem banheiros fechados, limitando o uso aos estudantes, porque com esse quadro não dá para manter tudo limpo”, conta Luciane, após visita à escola.
“Deveriam ir à escola e botar a mão na vassoura”
Um vídeo publicado por Luciane nas redes sociais provocou uma série de comentários vindos das escolas. “As autoridades competentes que decidiram reduzir o número de funcionários deveriam ir a cada escola e botar a mão na vassoura e nos panos para higienizar cada mesa dos alunos e ver se realmente teria possibilidade de demitir os funcionários!”, diz um deles.
“Está sendo muito triste mesmo. Trabalho numa escola enorme sozinha. Ultimamente vou trabalhar muito triste porque amo meu trabalho, mas não vou conseguir. Peço a Deus que consiga fazer alguma coisa por nós”, escreve uma servente.
Limpando banheiros sem receber por insalubridade
Luciane aponta ainda irregularidades trabalhistas a serem investigadas. “Elas eram contratadas como serventes, recebendo dois adicionais por insalubridade. Agora, são fichadas como faxineiras. Quem limpa os banheiros das escolas, não são e sempre foram as serventes? A legislação trabalhista garante o direito aos adicionais para quem limpa banheiros públicos. A escravidão já acabou”, conclui.