Um crime com requintes de crueldade chocou o pequeno município de Planalto, no norte gaúcho, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, em maio de 2020. A notícia que abalou os planaltenses na época, foi da mãe que matou o próprio filho. O menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos de idade, foi procurado por semanas, até que a mãe do garoto, Alexandra Salete Dougokenski indicou o local onde estava escondido o corpo da criança. Nesta quarta (18), após três dias, chegou ao fim do julgamento da ré, que é acusada pelo assassinato.
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Alexandra foi considerada culpada pelo júri, pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. A sentença de condenação foi lida pela juíza Marilene Campagna por volta das 23h40, sendo que a ré pegou 30 anos e 2 meses de reclusão, e 6 meses de detenção.
O advogado de defesa, Jean Severo, disse que vai recorrer da sentença. Ele também afirmou que irá pedir a anulação do júri, alegando que a promotora Michele Dumke Kufner teria ferido o silêncio da ré, embora ela tenha citado somente os familiares nominalmente.
Linha do tempo do crime
- No dia 15 de maio de 2020 a Polícia Civil iniciou as buscas pelo menino. A mãe dizia ter deixado a criança no quarto para dormir e quando acordou, no dia seguinte, ele não estava mais no local. A mãe de Rafael, chegou a dar entrevistas pedindo ajuda para encontrar o filho.
No dia 25 de maio, 10 dias após o desaparecimento, Polícia Civil encontra o corpo de Rafael por volta das 17h30. Segundo a Chefe de Polícia Civil, Nadine Anflor, Alexandra Dougokenki, confessou o crime. A mãe teria dado um medicamento para o filho, considerado por ela um menino nervoso. A suspeita foi presa - No dia 26 de maio laudo aponta estrangulamento. O laudo do Posto Médico-Legal de Carazinho concluiu que Rafael morreu por asfixia mecânica por estrangulamento. A motivação do crime ainda era considerada uma incógnita pela polícia. Sete suspeitos eram investigados.
- No dia 30 de maio a mãe depõe, e polícia vê contradições. A mãe do menino Rafael foi ouvida pela Polícia Civil. Alexandra Dougokenski reafirmou a versão de que deu medicamentos ao filho e que ele morreu. Ela alegou que não teve a intenção de matar o garoto.
- No dia 27 de junho, Alexandra Dougokenski apresentou uma nova versão dos acontecimentos e admitiu ter estrangulado o filho, segundo a Polícia Civil. O objetivo do depoimento era confrontar a versão apresentada durante a reconstituição do crime, ocorrida no dia 18 de junho.
- No dia 02 de julho, a Polícia Civil disse que Alexandra Dougokenski acessou vídeos com conteúdo de violência sexual e estrangulamento por corda na noite do crime.
- No dia 18 de dezembro Alexandra passa a negar crime. As primeiras audiências do caso contaram com o depoimento de 22 pessoas, além da ré. Em juízo, Alexandra mudou de versão e passou a negar ter matado Rafael. A mãe afirmou que a denúncia de homicídio contra ela não era verdadeira. Ela disse acreditar que estava sendo acusada em razão da primeira versão que apresentou na policia.
- Nos dias 16 a 18 de 2023 iniciam o julgamento em que declararam Alexandra culpada de matar o próprio filho.
Fonte: Gaúcha ZH e g1.com