O procurador Alessandro Oliveira, sucessor de Deltan Dallagnol no comando da extinta força-tarefa da Operação Lava Jatono Paraná, morreu nesta quinta (20), em Curitiba. Aos 45 anos, ele passava por um tratamento de câncer e enfrentava complicações de um AVC.
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O Ministério Público Federal decretou luto de três dias. “Palavras são insuficientes para homenageá-lo. A maior dedicatória que podemos fazer à sua vida é seguir seu legado de destemor, convicção e dedicação ao órgão”, diz um trecho da nota de pesar divulgada pela instituição.
Oliveira assumiu a coordenação da Lava Jato em Curitiba em setembro, após a saída de Deltan Dallagnol, que entregou o cargo para cuidar da saúde da filha. Com a extinção força-tarefa como núcleo isolado e sua integração ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) instituído no Ministério Público Federal do Paraná, ele continuou responsável por comandar os procuradores.
“O legado da força-tarefa Lava Jato é inegável e louvável considerando os avanços que tivemos em discutir temas tão importantes e caros à sociedade brasileira. Porém, ainda há muito trabalho que, nos sendo permitido, oportunizará que a luta de combate a corrupção seja efetivamente revertida em prol da sociedade, seja pela punição de criminosos, pelo retorno de dinheiro público desviado ou pelo compartilhamento de informações que permitem que outros órgãos colaborem nesse descortinamento dos esquemas ilícitos que assolam nosso país há tanto tempo”, disse na época em que foi oficializada a reestruturação da Lava Jato.
Membro do Ministério Público Federal desde 2004, Oliveira atuou como procurador eleitoral no Paraná e auxiliou o grupo da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) durante as gestões de Raquel Dodge e Augusto Aras.
Nas redes sociais, colegas lamentaram a morte e prestaram solidariedade à família. Deltan disse que o procurador deixa um legado de ‘coragem, espírito público e sacrifício pessoal em favor da população’. “Era alguém pronto a servir”, afirmou. “Sua determinação em seguir adiante mesmo quando já passava por graves problemas de saúde passa para todos nós uma forte mensagem de que o amor e o serviço às pessoas dão significado e sentido à existência humana.”
O procurador-geral da República, Augusto Aras, também lamentou a morte. “O colega Alessandro fará falta neste momento em que estamos institucionalizando as forças-tarefa. Sua competência, dedicação, ponderação e lealdade ao MPF são exemplos a serem seguidos”, disse. Do Terra