Com 1.580 horas de conteúdo EaD e presencial, o Núcleo de Automecânicas da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) promove o curso em Manutenção Automotiva. A especialização é inédita no Estado e é resultado da crescente necessidade de mão de obra qualificada e da falta de ofertas sistemáticas de cursos profissionalizantes na área de serviços de reparação automotiva.
O curso é ofertado pelo Instituo Scherer, com sede em Joaçaba. A proposta de formação continuada da categoria e estruturação do curso iniciou em 2019, frente às necessidades apresentadas por um grupo de empresários de oficinas mecânicas que integram o Núcleo Estadual de Automecânicas e Associação dos Reparadores Veiculares de Santa Catarina (NEA/Arvesc). As entidades, com o apoio da Distribuidora Scherer SA, fundaram o Instituto Scherer, que assumiu a responsabilidade do primeiro projeto de desenvolvimento profissional da área de reparação automotiva.
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O projeto está em fase de teste, com aulas destinadas aos integrantes dos núcleos de automecânicas do Estado. Após sua validação, conduzirá à formação de nível técnico de reparação automotiva, com uma proposta inusitada na América Latina, e será aberto à comunidade. A metodologia é diferenciada, focalizada na prática, com aulas nas oficinas mecânicas e tem como instrutores os profissionais nucleados.
Em Chapecó, as aulas iniciaram em novembro passado. Um dos instrutores é o nucleado à ACIC Alexandre Rafael Rosa. “Nossa intenção é aperfeiçoar os profissionais em Chapecó, tornando a linguagem das mecânicas padronizadas, de acordo com as normas técnicas e, consequentemente, diminuindo a possibilidade de erros”, assinala. As aulas ocorrem duas vezes por semana e participam integrantes do Núcleo de Automecânicas e/ou clientes da Scherer S.A. Esse primeiro módulo ainda terá como instrutores os nucleados Dirceu Giacomelli e Marcio Leandro Três.
O coordenador pedagógico do curso no Estado, Marcos Ávila, explica que serão quatro módulos, três direcionados à parte técnica, com aulas presenciais, e um módulo de gestão que ocorrerá no formato de educação à distância. A duração do curso é de três anos. “O NEA fez um diagnóstico no Estado e identificou que não havia uma formação específica no ramo de reparação para oficinas autônomas, geralmente as formações são direcionadas à indústria”, comenta.
O curso iniciou com o módulo “Mecânica de Manutenção Básica Automotiva – MMBA”, com 360 horas. A proposta é habilitar o aluno para analisar, identificar e realizar reparos básicos nos sistemas de freios, direção, suspensão, lubrificação, exaustão, sinalização/iluminação, carroceria e partes móveis.
O módulo seguinte, “Mecânico de Manutenção Automotiva Veicular – MMAV”, com 400 horas, capacitará para desenvolver atividades operacionais relacionadas à manutenção básica de partes móveis, envolvendo sistemas elétricos, transmissão, lubrificação e sistemas de motor. O terceiro módulo é voltado para a reparação: “Mecânico Eletricista Eletrônico de Manutenção Veicular – MEEMV”, com 280 horas. Os alunos aprenderão a interpretar desenhos mecânicos e a realizar a manutenção preventiva, preditiva e corretiva em sistemas eletromecânicos automotivos.
Ávila explica que os profissionais terão sua formação integral ao participar do módulo de “Gestão de Oficina Reparadora Automotiva – GORA”, com 240 horas. “Essa etapa ocorrerá em plataforma de educação à distância para oferecer condições adequadas de aprendizagem durante o período em que o aluno possa estar desenvolvendo os demais módulos”. Nessa fase, o conteúdo abordará noções básicas sobre as ferramentas de gestão administrativa para oportunizar a sustentabilidade e a qualidade nos serviços prestados em manutenção automotiva.
Os instrutores participaram de uma capacitação para repassar a metodologia do curso. Também é feito acompanhamento do projeto em todos os municípios onde o curso está sendo ofertado. “Buscamos como instrutores profissionais do mercado com formação e experiência no setor. O curso será aperfeiçoado no decorrer do processo e, no futuro, será ofertado para a comunidade”, aponta Ávila.
Após a conclusão dos módulos, os participantes farão estágio ou prática profissional, confirme previsto nos regulamentos do Ministério da Educação (MEC), para ter direito à formação técnica de nível médio ou a formação de qualificação profissional. MB Comunicação