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O que já se sabe sobre o caso da madrasta suspeita de envenenar os enteados

“Uma mulher dessas não pode ser chamada de ser humano. Isso é um monstro”. Foi assim que a empresária Jane Carvalho Cabral se referiu à madrasta de seus dois filhos, Cíntia Mariano Dias Cabral, presa na sexta (20), sob suspeita de envenenar os enteados.

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Cíntia foi presa tão logo recebeu alta hospitalar após, supostamente, tentar se matar ao se ver acusada por assassinato de uma jovem de 23 anos e tentativa de assassinato de um adolescente, filhos biológicos de seu atual marido.

Não houve flagrante nem confissão ao crime, mas para o delegado que abriu inquérito para apurar o caso, há evidências de que Cíntia envenenou os enteados num intervalo de dois meses.

Veja abaixo o que se sabe sobre o caso:

1- Quem é a suspeita?

A polícia identificou como sendo Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos, a madrasta que teria provocado, intencionalmente, o envenenamento de dois enteados, filhos do atual marido. Ela tem ao menos dois filhos biológicos, frutos de um relacionamento anterior, além de duas crianças geradas com o atual marido.

2- Quem são as vítimas?

De acordo com a polícia, os enteados que foram envenenados por Cíntia são Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, e o irmão Bruno, de 16 anos.

3- O que aconteceu com as vítimas?

Fernanda morreu no dia 28 de março, depois de ficar internada por quase duas semanas em um hospital da rede pública do Rio. Ela foi hospitalizada depois de passar mal em casa. Foi o pai quem a teria socorrido depois de encontrá-la no chão do banheiro, encharcada de suor, dificuldade para respirar, com a língua enrolada e a boca tomada por espuma. Sem diagnóstico, ela não respondeu ao tratamento e morreu no hospital. Em seu atestado de óbito consta que a morte se deu por falência múltipla dos órgãos em decorrência de causas naturais. Sem indício de crime, o corpo dela não foi submetido a necropsia.

Já Bruno apresentou sintomas semelhantes aos da irmã logo após almoçar na casa onde o pai vive com a madrasta. Ele também chegou a ser hospitalizado, mas ao contrário de Fernanda, sobreviveu. Isso porque ele próprio foi capaz de apontar para a mãe a hipótese de que Cintia houvesse adicionado veneno à comida que lhe foi servido por ela. O adolescente disse ter sentido gosto amargo no feijão e observado pedrinhas azuis em meio ao caldo e que, ao reclamar à madrasta, ela acrescentou ainda mais feijão ao prato dele.

4- Quando a madrasta passou a ser investigada?

A internação de Bruno com sintomas de intoxicação por envenenamento aconteceu no dia 15 de maio, cerca de dois meses após a irmã ter sido hospitalizada. Foi a mãe quem o socorreu e ouviu o relato dele indicando que a madrasta havia acrescentado alguma substância tóxica à refeição que lhe foi servida. Ao perceber que o quadro clínico do filho caçula se assemelhava ao que desencadeou a morte de Fernanda, a mãe procurou, imediatamente, a 33ª DP (Realengo) para prestar queixa contra a madrasta de seus dois filhos.

5- Há provas de que a madrasta envenenou os dois enteados?

De acordo com a polícia, na primeira diligência realizada na casa de Cíntia foram recolhidos um frasco contendo chumbinho (popular veneno para matar ratos) e restos do feijão que teria sido servido por ela ao enteado adolescente. No entanto, o material ainda precisa ser submetido à perícia especializada. Já exames aos quais Bruno foi submetido apontaram a presença de alto nível de chumbo em seu organismo, o que indicaria a ingestão de substância semelhante ao raticida apreendido na casa da madrasta. Os investigadores também apreenderam o celular de Cíntia e solicitaram a quebra de sigilo telefônico na tentativa de identificar outros indícios de que ela tenha, intencionalmente, envenenado os enteados.

6- A madrasta confessou o crime?

De acordo com a polícia, Cíntia tentou se matar ao se ver diante da acusação de envenenamento dos enteados. Socorrida em tempo hábil, ela sobreviveu e, tão logo recebeu alta, foi presa e encaminhada para a delegacia. Lá, orientada por um advogado, ela se recusou a prestar declarações, se resguardando ao direito de se pronunciar somente em juízo. Todavia, um de seus filhos biológicos, ao ser ouvido pela autoridade policial, relatou que a mãe havia confidenciado a ele ter misturado chumbinho à comida servida à Fernanda em março e a Bruno em maio.

7- O que teria motivado o crime?

Segundo a polícia, ciúmes de Cíntia pela relação estabelecida pelo marido com os filhos do casamento anterior estariam por trás das motivações dela em provocar a morte dos enteados.

8- Quais os próximos passos da investigação?

Além dos laudos periciais do material apreendido na casa de Cíntia, incluindo análise dos registros de mensagens e ligações telefônicas em seu celular pessoa, a polícia deverá solicitar à Justiça a exumação dos restos mortais de Fernanda. Exames cadavéricos irão apontar se a morte da jovem foi provocada por envenenamento, bem como se havia em seu organismo substância semelhante à que intoxicou o irmão mais novo. Do G1 Rio

 

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