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Ômicron amplia risco de infecção de crianças e vacinação é urgente

A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid) divulgou uma nota nesta sexta (24) em que afirma que a variante Ômicron da Covid-19 amplia o risco de infecção de crianças e a vacinação é urgente.

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A associação afirmou que é a favor da incorporação de crianças de 5 a 11 anos na campanha nacional de vacinação. A decisão foi tomada por unanimidade em reunião na sexta (17), após o parecer favorável da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicar a vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.

A chegada de uma nova variante como a Ômicron, com maior transmissibilidade, faz das crianças (ainda não vacinadas) um grupo com maior risco de infecção, conforme vem sendo observado em outros países onde houve transmissão comunitária desta variante. Neste contexto epidemiológico, torna-se oportuno e urgente ampliarmos o benefício da vacinação a este grupo etário”, diz a nota.

A decisão baseia-se nos dados epidemiológicos nacionais e internacionais sobre o impacto da Covidd-19 nas diferentes faixas etárias, considerando o risco de infecção, transmissão, e agravamento (hospitalização e morte), entre outros.

Na quinta-feira (23), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que recomendará que as crianças de 5 a 11 anos sejam vacinadas desde que haja prescrição médica e assinatura de termo de consentimento pelos pais.

Na ocasião, ele afirmou que “os óbitos de crianças estão dentro de uma patamar que não implica em decisões emergenciais”.

Em nota, a Associação Brasileira de Pediatria (ABP) divulgada na afirmou que, “ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”.

De acordo com a SBP, até o momento, a Covid-19 vitimou mais de 2.500 crianças de zero a 19 anos, sendo mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5-11 anos, causando ainda milhares de hospitalizações.

“Além deste triste cenário, a Covid-19 em crianças pode ainda ocasionar a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, um quadro grave de tratamento hospitalar e que se manifesta semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2.”

A SBP ainda afirmou que já foram confirmados mais de 1.400 casos desta síndrome em crianças no País, com mediana de idade de 5 anos, com efeito letal em pelo menos 85 crianças e sequelas neurológicas, cardiovasculares e respiratórias em muitas outras.

“Outra complicação observada e caracterizada pela persistência de sintomas da Covid-19 diz respeito ao seu impactado nos sistemas sensorial, neurológico e cardiorrespiratório, bem como na saúde mental.”

Diante deste cenário, a vacina contra a Covid-19 se apresenta como uma alternativa real de controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso País. A vacina associou-se à elevada eficácia na prevenção da Covid-19, não só nos estudos clínicos controlados, como também em experiências de mundo real, com efetividade contra a doença e hospitalizações demonstrada em adolescentes”.

Por fim, a SBP diz que o Brasil se encontra diante de hospitalizações, sequelas e mortes que são passíveis de prevenção em sua grande maioria.

SRAG entre crianças

De acordo com a CTAI- Covid, em 2020, 10.356 crianças entre 0 e11 anos foram notificadas com diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19, das quais 722 evoluíram para óbito.

Até o dia 6 de dezembro, as notificações se elevaram para 12.921 ocorrências na mesma população, com 727 mortes, totalizando 23.277 casos de SRAG por Covid-19 e 1.449 mortes desde o início da epidemia;

Dentre esses casos, ainda de acordo com a associação, 2.978 ocorreram em crianças de 5 a11 anos, com 156 mortes, em 2020. E em 2021, já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, totalizando 6.163 casos e 301 mortes desde o início da epidemia. Os dados são do SIVEP-Gripe.

Estudos comprovam eficácia da vacina

De acordo com a SBP, existem publicados estudos de fase 1/2 e 3 em crianças de 5 a 11 anos mostrando que após duas doses da vacina da Pfizer em uma apresentação com 10 µg (1/3 da apresentação utilizada em adolescentes e adultos) as crianças de 5 a11 anos apresentaram uma resposta de anticorpos neutralizantes em concentrações similares às observadas em adolescentes e adultos de 16-25 anos.

De acordo com o órgão, foram preenchidos os critérios propostos de demonstração de não inferioridade. Além disso, houve demonstração de eficácia de 90.7% (IC95%, 67,7 a 98,3%) para a prevenção da Covid-19 pelo menos sete dias após a segunda dose e em um período de aproximadamente dois a três meses.

Não foram observados nestes estudos eventos adversos graves associados à vacinação, com um perfil de reatogenicidade favorável.

A empresa forneceu ainda à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma base de dados de segurança em duas cortes de crianças de 5 a11 anos, cada uma delas com aproximadamente 1500 crianças vacinadas, sem identificar eventos adversos graves. Do G1

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