1. Gran Circo Norte Americano – Dezembro de 1961
Local: Cidade de Niterói – Estado do Rio de Janeiro
Causa: Aquele que é considerado um dos maiores incêndios do Brasil em número de vítimas, foi um ato criminoso. Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha”, trabalhou por dois dias na montagem do circo e foi demitido, ele apresentava problemas mentais. Indignado, jurou vingança e na tarde de 17 de dezembro ateou fogo na lona do circo com gasolina.
Culpados: Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha” foi condenado a 16 anos de prisão e mais 6 em internação em manicômio. José dos Santos, o “Pardal”, e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”, foram seus ajudantes no crime e foram condenados a 16 e 14 anos de prisão respectivamente.
Número de vítimas: Foram 503 vítimas fatais e mais de 800 feridos, a grande maioria de crianças. 372 morrem na hora e as outras por complicações, depois do resgate.
2. Edifício Joelma – Fevereiro de 1974
Local: Cidade de São Paulo – Estado de São Paulo
Causa: O incêndio no Edifício Joelma se iniciou em um dos aparelhos de ar-condicionado localizado no 12º andar do prédio. A grande quantidade de materiais inflamáveis, como carpetes e cortinas, presentes no edifício, contribuíram para o rápido alastramento do fogo.
Culpados: O Banco Crefisul foi responsabilizado por ser o locatário do imóvel e 3 de seus funcionários foram condenados: Kiril Petrov, gerente-administrativo (três anos de prisão) e os eletricistas Sebastião da Silva Filho e Alvino Fernandes Martins (dois anos de prisão).
A Termoclima foi responsabilizada por ser a responsável pela manutenção da parte elétrica do prédio e dois funcionários foram condenados: o proprietário Walfrid George o eletricista Gilberto Araújo Nepomuceno (dois anos de prisão cada).
Número de vítimas: Foram 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos, a grande maioria eram funcionários do banco. 30 corpos nunca foram identificados pelo alto nível de carbonização.
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3. Edifício Andraus – Fevereiro de 1972
Local: Cidade de São Paulo – Estado de São Paulo
Causa: O fogo começou no 2º andar do edifício e foi causado, provavelmente, por um curto-circuito em um luminoso de propaganda das Casas Pirani. Em 15 minutos o fogo já havia consumido 6 andares do prédio.
Culpados: O gerente-geral das Casas Pirani, Nilson Cazzarini, foi condenado a apenas dois anos de prisão.
Número de vítimas: Foram 16 vítimas fatais, entre os eles, dois executivos da Henkel: Paul Jürgen Pondorf, presidente da empresa, e Ottmar Flick. Tiveram ainda, mais de 330 feridos. Não fosse o heliponto do prédio a tragédia poderia ter sido maior, pois mais de 300 pessoas foram salvas de helicóptero.
4. Boate Kiss – Janeiro de 2013
Local: Cidade de Santa Maria – Estado do Rio Grande do Sul
Causa: Durante a apresentação de uma banda na casa noturna, o vocalista acendeu um sinalizador de uso externo. As faíscas provocadas pelo sinalizador atingiram a espuma do teto, que servia como isolamento acústico e não tinha tratamento contra fogo e nem era aprovada pelo Corpo de Bombeiros. Em cerca de 3 minutos a boate estava tomada por uma fumaça densa repleta de cianeto, substância letal, que causou a maioria das mortes.
Culpados: Passados mais de 7 anos dessa tragédia, nenhuma pessoa ainda foi julgada. São réus no caso: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate, e Marcelo Santos e Luciano Bonilha, integrantes da banda. Todos respondem por 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio, com dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar.
Número de vítimas: Esta é a segunda maior tragédia do Brasil em número de vítimas fatais, atrás apenas do Gran Circo Norte Americano. Foram 242 mortos e cerca de 680 feridos, a grande maioria, de estudantes universitários.
5. Ultracargo de Santos – Abril de 2015
Local: Cidade de Santos – Estado de São Paulo
Causa: De acordo com a investigação feita pelo Ministério Público, a causa foi um erro nas tubulações de sucção e descarga, que levou a explosão de uma válvula. O incêndio atingiu 6 tanques de combustíveis e demorou 8 dias para ser extinto. Segundo a Cetesb, é o maior incêndio desse tipo no Brasil.
Culpados: A Terminal Químico de Aratú (Tequimar), subsidiária da Ultracargo foi condenada 4 anos após o incêndio. A empresa fez um acordo parcial com o Ministério Público de R$ 67,3 milhões de reais, para compensar os danos ambientais.
Número de vítimas: A única vítima nesse incêndio foi o meio ambiente, já que a empresa fica às margens do estuário do Porto de Santos. Foram mortos 9 toneladas de peixe de 142 diferentes espécies. Isso causou enorme prejuízo financeiro para a comunidade pesqueira da região. É considerado um dos maiores incêndios do Brasil em relação a danos ambientais.
6. Lojas Renner – Abril de 1967
Local: Cidade de Porto Alegre – Estado do Rio Grande do Sul
Causa: Testemunhas contaram que o fogo se iniciou no 1º andar, após escutarem um forte estrondo. O local era um depósito que armazenava tintas e solventes e começou, provavelmente, pelo descarte irregular de uma bituca de cigarro. Para completar, havia apenas 20 extintores em todo o prédio e as escadas eram muito estreitas.
Culpados: Ninguém foi responsabilizado. O prédio teve que ser demolido e ao ser reconstruído continuou pertencendo as Lojas Renner.
Número de vítimas: Mais de 60 pessoas ficaram feridas e 41 perderam suas vidas. Duas se atiraram das janelas para a morte, após não suportarem mais as altas temperaturas.
7. Edifício Grande Avenida – Janeiro de 1981
Local: Cidade de São Paulo – Estado de São Paulo
Causa: O edifício já havia passado por um pequeno incêndio em 1959 e mesmo assim não aprendeu a lição. O incêndio se iniciou na sobreloja do prédio, ocupado pela empresa Toyobo do Brasil, por conta de um curto circuito na rede elétrica. A falta de água na região foi um fator determinante e dificultou o combate às chamas. Além disso, a sobreloja era o único lugar onde não havia porta corta fogo na escada de emergência.
Culpados: Ninguém foi responsabilizado.
Número de vítimas: Foram 17 vítimas fatais e 53 feridos. Como o incêndio ocorreu em um sábado de carnaval a tragédia não foi ainda maior. A grande maioria das vítimas, era da Construtora Figueiredo Ferraz, que funcionava no edifício.
8. Favela da Vila Socó (Cubatão) – Fevereiro de 1984
Local: Cidade de Cubatão – Estado de São Paulo
Causa: A Petrobrás tinha uma tubulação de transferência de combustível da sua Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão para o terminal portuário da Alemoa. Essa tubulação passava por uma área alagada cheia de palafitas, onde ficava a Vila Socó. A própria empresa admitiu que a falta de manutenção foi a causa do vazamento de 700 mil litros de gasolina.
Culpados: Na época da tragédia o governo no Brasil era uma ditadura militar. Muitos acreditam que a ditadura trabalhou para amenizar a tragédia e esconder o número de mortos. Seis pessoas chegaram a ser condenadas em primeira instância, mas foram absolvidas após recursos. Até hoje ninguém foi condenado.
Número de vítimas: Oficialmente foram encontrados 93 corpos. Ocorre que famílias inteiras haviam sumido e muitas crianças não apareceram mais na escola, então um levantamento independente, chegou ao número de 508 vítimas. Extraoficialmente é um dos maiores incêndios do Brasil, se não o maior, em número de mortos. Mais de 3.000 pessoas ficaram desabrigadas.
9. Edifício Andorinhas – Fevereiro de 1986
Local: Cidade do Rio de Janeiro – Estado do Rio de Janeiro
Causa: O incêndio se iniciou no 9º andar do edifício ocupado pela empresa General Electric do Brasil. Um aquecimento de uma das tomadas elevou a temperatura do piso de madeira e do carpete, que incendiou.
Culpados: A General Electric sofreu vários processos judiciais e teve que pagar uma série de indenizações as vítimas ao longo dos anos. O prédio ficou abandonado por 8 anos, devido aos processos. Ele já havia sido condenado a demolição pela Defesa Civil. Em 1994 foi então demolido, e em 2005 inaugurado no local a Torre Almirante, que hoje abriga a Petrobrás.
Número de vítimas: Este incêndio causou a morte de 21 pessoas e deixou ainda, cerca de 50 feridos. Duas pessoas que estavam no 12º se atiraram pela janela, por não mais suportar o calor das chamas.
10. Canecão Mineiro – Novembro de 2001
Local: Cidade de Belo Horizonte – Estado de Minas Gerais
Causa: Se iniciou da mesma forma que ocorreu na Boate Kiss em Santa Maria, após um integrante da banda que se apresentava acender um sinalizador inadequado para ser usado em espaço fechado. A casa não tinha a licença do Corpo de Bombeiros e nem os equipamentos adequados.
Culpados: No ano de 2004 sete pessoas foram condenadas por homicídio culposo, quando não se tem a intenção de matar, a uma pena de 4 anos. Eram eles: o dono da casa de shows e seu irmão, dois promotores do show, o empresário da banda e dois músicos.
Número de vítimas: Mais de 190 pessoas ficaram feridas e infelizmente, 7 pessoas morreram.
11. Museu Nacional – Setembro de 2018
Local: Cidade do Rio de Janeiro – Estado do Rio de Janeiro
Causa: Após investigação da Polícia Federal, foi concluído que o incêndio se iniciou no primeiro andar, no auditório. A causa foi um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado, por conta das péssimas instalações do sistema elétrico.
Culpados: Uma investigação instaurada concluiu que os gestores do museu não tiveram culpa. Isso por quê, já havia sido firmada uma parceria com O BNDES para financiamento das obras de adequação e o contrato estava assinado. Mas a tragédia ocorreu antes da liberação da verba. Até hoje ninguém foi responsabilizado.
Número de vítimas: Esse incêndio não provocou vítimas, mas nem por isso a perda foi menor. O acervo histórico e científico, que vinha sendo construído a mais de 200 anos foi quase que totalmente destruído, assim como o prédio, que já foi residência oficial de um rei e dois imperadores. O museu era o mais importante da história natural do Brasil, com mais de 20 milhões de itens no seu acervo.
12. Alojamento do Flamengo – Fevereiro de 2019
Local: Cidade do Rio de Janeiro – Estado do Rio de Janeiro
Causa: O incêndio iniciou as 5h da manhã por conta de um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado de um dos quartos. Vale lembrar que os garotos estavam alojados em 6 containers interligados, que serviam como dormitório. A construção não era autorizada pela legislação.
Culpados: Até hoje ninguém foi condenado, nem o Flamengo e nenhum de seus dirigentes. O Flamengo tenta postergar o máximo que consegue e enrola as vítimas e suas famílias, enquanto gasta milhões com o time profissional. Já foram fechados 7 acordos de 11 pendentes, todos considerados muito baixos. Assim que inquérito for concluído, os responsáveis responderão por homicídio culposo.
Número de vítimas: Foram 10 mortes, todos de adolescentes aspirantes a jogadores profissionais de futebol, que tinham entre 14 e 17 anos. Tiveram apenas 3 sobreviventes, um teve mais de 35% do corpo queimado.
13. Creche Gente Inocente (Janaúba) – Outubro de 2017
Local: Cidade de Janaúba – Estado de Minas Gerais
Causa: O vigia da creche, Damião Soares dos Santos, que aparentemente tinha problemas mentais, foi o responsável pelo massacre. Ele se trancou em uma sala de aula e jogou combustível sobre ele, as crianças e funcionárias e então, ateou fogo. Ele chegou a abraçar algumas crianças envolto em chamas.
Culpados: O único culpado foi o próprio Damião Soares dos Santos. Existe uma ação pública paralisada, que cobra indenização, responsabilizando a prefeitura da cidade.
Número de vítimas: 4 crianças morrem no local devido à gravidade das queimaduras. Outras 6 crianças, 2 professoras, uma auxiliar e o assassino morrem posteriormente no hospital. As crianças tinham entre 3 e 7 anos de idade apenas.
14. Creche Casinha da Emília – Junho de 2000
Local: Cidade de Uruguaiana – Estado do Rio Grande do Sul
Causa: O incêndio começou, após uma peça de roupa cair em cima do aquecedor ligado, dentro do quarto onde dormiam as crianças. As crianças estavam sem supervisão no momento, pois as estagiárias saíram para fazer outra tarefa, a mando da diretora da creche.
Culpados: A diretora da escola, a auxiliar de cozinha e duas estagiárias chegaram a ser denunciadas pelas mortes. Mas apenas duas foram condenadas por homicídio culposo e cumpriram a sentença prestando serviços comunitários, a diretora e a auxiliar.
Número de vítimas: No total foram 12 mortos, todas de crianças entre 2 e 3 anos de idade.
15. Edifício Wilton Paes de Almeida (Largo do Paissandu) – Maio de 2018
Local: Cidade de São Paulo – Estado de São Paulo
Causa: O edifício estava abandonado desde 2003 e estava irregularmente ocupado por 291 famílias sem teto. Sobreviventes da tragédia relataram que o incêndio foi causado por um curto-circuito em uma tomada que ligava alguns aparelhos eletrônicos. O excesso de material inflamável e lixo no local, contribui para o rápido crescimento do fogo.
Culpados: A ocupação irregular era comandada pelo Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM). Três dos coordenadores foram indiciados por “crimes de perigo comum” ou “incolumidade pública” e respondem em liberdade.
Número de vítimas: Foram 7 vítimas fatais, entre elas dois irmãos gêmeos de 10 anos com sua mãe. Até hoje duas pessoas são consideradas desaparecidas. (OFOS).
FONTES: Jornais do Brasil, O Estado de S. Paulo, Folha de São Paulo e Zero Hora; Programa de TV Linha Direta (Globo); Revistas Veja e Superinteressante; Portais de notícias G1, globo.com, O Globo, Memória Globo, Terra, UOL, Agência Brasil, Metro Jornal, O Tempo e Memorial da Democracia.