Polícia

Pastor pedia sexo em troca da cura de doenças em SC

Um pastor foi indiciado por violação sexual mediante fraude na terça (23), em Criciúma, no Sul de Santa Catarina. O homem de 43 anos tinha sua própria igreja e anunciava que operava “milagres” durante os cultos. A reportagem é do NDmais.

Em atendimentos individuais com mulheres, o suspeito dizia incorporar o anjo da pessoa e pedia sexo em troca da cura de uma doença ou melhora da situação financeira da vítima. O delegado da Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso), Fernando Henrique Guzzi, conta que os crimes ocorreram entre os anos de 2018 e 2020.Ele responde ao inquérito em liberdade.

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A investigação teve início em novembro do ano passado, quando três mulheres se uniram para denunciar os fatos. As vítimas possuem entre 28 a 56 anos.

“Ele convenceu os fiéis que era um profeta com poderes sobrenaturais. Dentro dos cultos ele dava demonstrações de milagres, dons e adivinhações. Dentro desses ‘poderes’ ele tinha a incorporação do anjo da pessoa. Então ele realizava atendimentos individuais fora da igreja, nas casas das vítimas ou em áreas de mata e praia”, relata o delegado Fernando.

Nessas sessões, o homem exigia praticar a relação sexual como as vítimas, para que pudessem alcançar o que precisavam. “As mulheres, que estavam desesperadas, realmente acreditavam que aquilo que estavam fazendo não era para ter prazer, mas sim, por ordem desse anjo”, explica Guzzi.

Os crimes aconteceram em Criciúma, Balneário Rincão e Forquilhinha. “Ele abriu a primeira igreja em Balneário Rincão, depois em Forquilhinha. A de Criciúma foi aberta em 2019.  Ele ia mudando de lugar para não chamar a atenção. Ele já teve essa igreja no Rio Grande do Sul e em Florianópolis, mas os fatos não foram registrados nesses locais”, conta o delegado.

A Denúncia

Em relação às três mulheres que procuraram a polícia para denunciar os fatos, foram relatados 15 atos de violação sexual. Além delas, a investigação identificou outras duas fiéis, que foram vítimas de importunação sexual. “Nesses dois casos o homem encostou nos corpos das vítimas sem o consentimento delas, mas não chegou a acontecer o crime de estupro”, explica o delegado.

Por fim, uma vítima ainda teve fatos íntimos divulgados pelo autor, havendo a prática ainda de crime contra a honra.

Ainda de acordo com a reportagem, o delegado realata que o último crime cometido pelo homem aconteceu no início de 2020. A história acabou “vazando” dentro da religião, quando as vítimas ligaram os fatos e descobriram o que havia acontecido de fato.

“Quando as vítimas descobriram do que se tratava, contaram para a igreja toda e o pastor saiu da cidade. A maioria das vítimas eram casadas. Elas então conversaram entre si, procuraram uma advogada e vieram até a polícia”, pontua Guzzi.

“Ele fechou a igreja em Criciúma, não está mais trabalhando como pastor. No momento ele está respondendo em liberdade, está mantendo o endereço atualizado e responde a todos os contatos da polícia”, conta o delegado. Do NDmais

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