“O FUMDES contribui para o aumento do número de alunos e para a integração das instituições com o desenvolvimento local e regional”, Cesar Lunkes, presidente da Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC)
Encerrou na última semana o prazo para renovação das bolsas de estudo para graduação no FUMDES (Fundo Estadual de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior) do segundo semestre de 2024. O FUMDES é um programa estadual de assistência financeira para o custeio integral ou parcial do valor das mensalidades e faz parte, junto com o Universidade Gratuita e Uniedu, de um pacote de projetos do Governo do Estado para estímulo e facilitação do acesso à educação superior e que estão em vigência desde o segundo semestre de 2023.
As renovações encerraram, mas as novas inscrições para bolsas ocorrerão de 20 a 30 de agosto. A Coluna conversou com o presidente da Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC), Cesar Lunkes, que explicou o papel do FUMDES na educação do Estado. Confira:
Pelo Estado – Encerrou esta semana o prazo para renovação das bolsas do Fumdes. Mas as inscrições para concessões de novas bolsas seguem até o final do mês. Já há uma perspectiva de quantos estudantes serão beneficiados? E quais as consequências e o que acontece com quem perdeu o prazo?
Cesar Lunkes – Nesse segundo semestre, a perspectiva é de atender entre 10% a 15% do total dos contemplados no primeiro semestre, considerando que a procura no primeiro semestre é sempre maior. O FUMDES, no primeiro semestre de 2024, registrou cerca de 5.700 alunos beneficiados. Em 2023 foram 3.400 bolsas. Conforme a legislação vigente, quem não cumprir o prazo para renovação da bolsa perde o benefício. Caso não tenha feito a renovação, o estudante poderá se inscrever novamente no próximo processo seletivo e concorrer às bolsas disponíveis no novo edital.
Pelo Estado – Agora, que o programa FUMDES já está sendo implementado, na prática, como o senhor o avalia?
Cesar Lunkes – O FUMDES facilita o acesso ao ensino superior, oferece suporte financeiro para a formação dos estudantes e desperta o interesse de muitos que anteriormente não tinham condições de estudar. As instituições credenciadas têm recebido o programa de forma positiva, pois ele contribui para o aumento do número de alunos e para a integração das instituições com o desenvolvimento local e regional. Além do apoio financeiro do Estado, os alunos devem prestar serviços à comunidade, o que fortalece a relação com a instituição e proporciona benefícios diretos à população, resultantes do trabalho e estudo realizados na instituição particular.
Pelo Estado – O senhor acredita que seja um programa justo e democrático de acesso ao ensino superior?
Cesar Lunkes – O programa foi proposto pelo governo do Estado em 2023 com objetivo de ampliar o acesso de estudantes no ensino superior e gerar mais desenvolvimento em todas as regiões do Estado. Posto isso, a AMPESC, que representa as instituições particulares em SC, colocou-se no debate mostrando a importância de ampliar o programa (antes somente voltado às privadas comunitárias) de forma igual e também democrática entre as instituições que fazem um excelente trabalho de educação em SC. Participamos ativamente do debate e, por fim, conseguimos avançar para que o programa fosse, sim, mais justo e abrangente.
Pelo Estado – O senhor consegue avaliar quais os impactos dos Programas Universidade Gratuita e FUMDES para a educação do Estado?
Cesar Lunkes – O principal impacto do FUMDES é possibilitar o acesso do estudante ao ensino superior, uma bandeira sempre defendida pela AMPESC. Esses programas, o que inclui o Universidade Gratuita, também permitem que as instituições credenciadas ampliem sua atuação e contribuam para o desenvolvimento do Estado. A longo prazo, espera-se que esses programas fortaleçam a economia local e reduzam as desigualdades regionais.
Pelo Estado – Em abril deste ano, durante um encontro do Conselho Nacional de Educação (CNE) foram discutidos os desafios das universidades brasileiras. Quais, na sua opinião, seriam esses desafios, em especial, das universidades catarinenses?
Cesar Lunkes – Acompanhamos os debates e consideramos uma oportunidade para construirmos conjuntamente as políticas públicas e as atualizações na legislação. Os debates nos direcionam para buscar eficiência e qualidade nas instituições que representamos. Mas cito aqui que, dentre os desafios, está o de aproximar alunos e egressos das oportunidades do mercado de trabalho, formando profissionais capazes de gerar inovação, incorporar tecnologia e introduzir novos métodos de trabalho. Isso contribuirá para o crescimento das empresas e para elevar o nível de conhecimento, renda e escolaridade da população. Além disso, garantir um ensino de alta qualidade, atualizado com as demandas do mercado e as inovações tecnológicas.
Pelo Estado – Quais os projetos em desenvolvimento pela Ampesc junto as IES do Estado?
Cesar Lunkes – A AMPESC, com quase 25 anos de história, representa as instituições de ensino superior privadas de Santa Catarina que atuam para que milhares de cidadãos estudem em cursos de graduação e pós-graduação, tanto presenciais quanto a distância. A entidade trabalha na defesa dos direitos dos alunos das instituições associadas, garantindo acesso ao ensino superior de qualidade e atendendo às demandas regionais. Além disso, a AMPESC apoia as instituições no cumprimento da legislação do MEC, na implementação de novas tecnologias e metodologias de ensino, e na aproximação com o mercado de trabalho. O Instituto AMPESC é um braço importante de ação na educação superior, fundamental para o oferecimento de ciclos de palestras, cursos, programas de formação, seminários e congressos, baseando suas atividades em pesquisas periódicas que identificam as necessidades das associadas.