A soja ocupa cada vez mais espaço nas lavouras de Santa Catarina. Em oito anos, o estado ampliou em 43,5% a quantidade produzida e em 32,3% a área plantada, alcançando 2,29 milhões de toneladas colhidas na última safra. Os números foram levantados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
“A produção de soja é estratégica e de fundamental importância para Santa Catarina, não só pelas exportações mas também pelo seu papel na composição da nutrição animal. Devemos lembrar que a produção de suínos e aves é o carro-chefe do nosso agronegócio”, destaca o secretário adjunto da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo Miotto.
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Na safra 2012/13, Santa Catarina tinha uma produção de 1,59 milhão de toneladas de soja – 696 toneladas a menos do que na safra 2019/20. Eram 518,5 mil hectares plantados naquele ano e hoje as lavouras já ocupam mais de 686 mil hectares, avançando sobre as áreas antes ocupadas com milho, feijão e pastagens.
Miotto ressalta ainda o papel do Governo do Estado no apoio ao setor produtivo. “O Governo do Estado tem dado uma atenção especial à questão sanitária, principalmente, a medidas de vazio sanitário porque temos que resguardar os produtores de soja. Nosso estado também é um grande produtor de sementes de soja, temos quase 100 mil hectares com campos de produção de sementes. Sem dúvidas essa é uma cultura estratégica para Santa Catarina”.
No estado, a soja é cultivada em 16.849 propriedades rurais, com a produção gerando uma receita de R$ 2,8 bilhões, representando 8,2% no Valor Bruto da Produção Agropecuária estadual.
Maior produção
A região de Xanxerê é a maior produtora catarinense de soja, com 502,8 mil toneladas colhidas em 150,5 mil hectares. Na safra 2013/13, a região de Xanxerê tinha 124 mil hectares plantados com soja. O aumento é percebido também em Curitibanos, que contempla o município de Campos Novos. Em oito anos, as lavouras de soja passaram a ocupar 110 mil hectares – um aumento de 36 mil hectares.
Mas mesmo em regiões com pequenas áreas, a soja tem avançado rapidamente. Um exemplo é Concórdia, que chegou a 6,2 mil hectares na última safra.
Bons preços animam os produtores
Em julho, os preços da soja apresentaram os maiores valores desde 2014. No mês passado, os valores pagos aos produtores foram 3,64% maiores em comparação com junho.
Nos últimos doze meses, a alta foi de 33,7%. Em agosto, a escalada de preço teve sequência. No dia 3 de agosto, os produtores receberam R$103/sc, enquanto que no dia 17 de agosto esse valor subiu para R$117/sc, acompanhando a elevação do dólar.
A valorização das commodities agrícolas está relacionada à maior demanda internacional pelos grãos, uma forma de garantir estoques e segurança alimentar.
Estiagem traz queda na safra de soja
A produção de soja em Santa Catarina também sofreu os impactos da falta de chuvas no início de 2020. A safra 2019/20 teve uma redução de 2,35% em relação ao ano anterior.
A estiagem no início do ano nas regiões de Curitibanos, principalmente no município de Campos Novos e Campos de Lages, impactaram o rendimento, ocasionando mais de 20% de redução na produtividade nesses locais. Na média estadual, a redução na produtividade foi de 4,76% em relação à safra anterior. Os bons preços registrados desde o início do ano compensaram, em parte, a redução na produtividade.
Exportações com recordes
Os embarques do complexo soja de janeiro a julho de 2020 somaram mais de 1,63 milhão de toneladas – volume recorde da série histórica desde 1997. Cerca de 90% dos embarques foram destinados para China, que apresentou uma forte demanda no primeiro semestre. A principal rota de embarques do produto é realizada via Porto de São Francisco do Sul. (MB Comunicação).