Em reunião com lideranças do agronegócio nesta semana em Chapecó, a Caixa Econômica Federal confirmou o banco na liberação de recursos imediatos e diretamente aos produtores por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) participou do encontro e encaminhou sugestões no atendimento dos agricultores no Estado.
De acordo com o gerente nacional de agronegócio da Caixa Econômica, Vinícius Furlan Silva, o banco abrirá 20 novas agências no País para atendimento específico ao setor, com objetivo de tornar-se o segundo maior player do mercado no agronegócio. “Queremos que o agro tenha a mesma relevância que a habitação tem hoje na Caixa. Temos muitos recursos disponíveis aos produtores com as menores taxas do mercado”, afirma Furlan.
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O superintendente interino de rede da Caixa Econômica no oeste, Leandro Damo, destaca que o banco atua desde 2012 com o Pronaf e o Pronampe, porém os recursos até então eram destinados apenas à cooperativas e grandes produtores. “A Caixa agora vira a chave e repassa recursos diretamente para pequenos e médios produtores, o que aumenta a capilaridade do atendimento”, ressalta.
Para o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, a iniciativa da Caixa amplia o acesso aos recursos para os produtores no Estado e possibilita maiores investimentos nas propriedades. Durante a reunião, o dirigente sugeriu a criação de canal específico e personalizado para atendimento aos produtores e ressaltou a importância da maior liberação de recursos para investimentos.
“Em Santa Catarina, são 500 mil produtores rurais e 183 mil propriedades, com média de 14 hectares e produção forte em todas as regiões. Não é exagero afirmar que o Estado é o que mais tem projetos no Pronaf no Brasil. Por isso, contar com mais oferta de crédito é muito importante para o desenvolvimento do setor. O que o nosso agricultor precisa é da atenção do sistema bancário no atendimento para deixá-lo mais à vontade e longe das tradicionais filas. Também é fundamental mais dinheiro para investimentos, melhor que custeio, para que o produtor consiga acompanhar as inovações tecnológicas do setor que mais cresce no Brasil”, sublinhou Barbieri.
O dirigente da Faesc também solicitou melhorias nas condições de garantias dos empréstimos aos produtores para ampliar e flexibilizar a contratação de crédito. “Hoje o produtor não consegue contratar um segundo crédito mesmo que esteja no final do pagamento do primeiro, devido às regras e exigências do sistema bancário. É um ponto que pode ser melhorado”, sugeriu Barbieri.
A linha de crédito do Pronaf anunciada pela Caixa é para modalidade de custeio, direcionada a agricultores familiares, com financiamento de até 100% de despesas relativas ao ciclo produtivo de lavouras de café, cana-de-açúcar, milho e soja. Inclui também a aquisição de insumos e pagamentos de serviços. As taxas variam de 3,8% a 6%. “Também queremos liberar recursos represados para investimentos ainda neste mês, porque entendemos essa necessidade”, assegurou o gerente nacional de agronegócio da Caixa.
Convênios
Durante a reunião, a Caixa assinou termo de parceria mútua com o Sindicato Rural de Chapecó e a Associação de Engenheiros Agrônomos do Oeste de Santa Catarina para prestação de serviço ao setor.
O presidente do Sindicato Rural de Chapecó e vice-presidente regional da Faesc, Ricardo Lunardi, afirmou que o ingresso do banco no Pronaf é um avanço importante na região. “Somos uma região de pronafianos, que responde por 75% do PIB municipal e por 60% das exportações do Estado. A oferta de mais recursos amplia o leque aos produtores, gera competitividade e promove desenvolvimento”. MB Comunicação